Nos anos 50, de uniforme do Ginásio Castro Alves, em São Paulo , treinávamos todas as quartas-feiras para desfilar no Sete de Setembro. O uniforme era simples, um moletom branco com o nome do Colégio bordado em azul no peito e uma calça azul-marinho, meias soquete brancas e sapatos pretos - os tênis, naquela época, não eram moda, só serviam para os esportes mesmo.
Naquelas quartas-feiras, marchávamos em volta de uns dez quarteirões pelo bairro de Pinheiros, subindo e descendo ruas ao som da fanfarra, da qual fazíamos parte: o Pick, o Claúdio, o Jalil e eu. O Pick e eu tocávamos clarim e o Cláudio e o Jalil eram dos tambores, repique e caixa, respectivamente.
Que beleza! Com sol, chuva ou garoa, lá estávamos nós, animados para treinar o patriótico desfile, no Pacaembu. Interessante que tínhamos um fã-clube enorme das coleguinhas no Ginásio. Elas marchavam na frente da fanfarra e ficavam olhando para trás para flertar conosco. Todas, sem exceção. E tomavam bronca direto do condutor do desfile, professor de Educação Física, que ia à frente da tropa: Meninas, olhem para a nuca de quem está à frente, não olhem nem pra trás e nem pros lados. Só para frente. Elas nem davam bola para as broncas, queriam mesmo era o namorico com os bacanões da escola. E, com este espírito cívico, treinávamos à exaustão, para concorrer a uma medalha no desfile final, no Dia da Pátria.
Fora os namoros, o desfile emocionava muito porque, naquele momento, a gente estava fazendo uma reverência à Pátria, tocando os maravilhosos hinos da Marinha, Exército e
Aeronáutica e o mais lindo de todos, o Hino Nacional Brasileiro, o mais perfeito hino de todas as nações. Tanto pela letra quanto pela música.
Dava vontade de gritar: VIVA O BRASIL! VIVA O POVO BRASILEIRO!
Belo Horizonte, 7 de setembro de 2011
FRASES, PENSAMENTOS E AFORISMOS
Ask not what your country can do for you but what you can do for your country. John Fitzgerald Kennedy