BAR, BOLIXO E BOTEQUIM
Para o meu gosto,
esse é o melhor ambiente no mundo, pois sempre fui botequineiro. No Rio Grande
do Sul, apesar de muito pequeno - menininho mesmo - vivia pedindo à mamãe para
me levar àqueles lugares nas esquinas, que cheiravam a cigarro, chão imundo e
sempre com gente muito alegre, cantando e sorrindo. Não existe ambiente melhor:
alegria, cantoria e bebedeira.
Para os gaúchos,
o “bolixo” não é lugar de arruaça. Geralmente são limpos e organizados, mais até
que os bares de São Paulo, por exemplo, onde os tiradores de chope ficam sem
parar limpando os balcões, quase sempre de um mármore encardido e gasto. Em
Sampa, seus principais frequentadores são gente ordeira, geralmente da própria vizinhança,
que conhece o dono do bar desde que ele se mudou para o bairro. São todos seus amigos
e não buscam sofisticação. Ele se contenta em faturar de manhã, com a média e o
pão com manteiga para os diversos operários, que por ali passam diariamente a
caminho do trabalho. À tarde, mais alguns fregueses para o pedaço de pizza e um
copo de refrigerante morno e, à noitinha, aparecem os assíduos tomadores de
cerveja e cachaça, que vão ficando até ter de convidá-los a se retirar porque no
dia seguinte vai começar tudo de novo.
Em Belo Horizonte
os botequins fazem sucesso. Ficam
abertos a partir
das oito da manhã, com cafezinho no balcão.
Das seis em
diante, a coisa ferve com muita gente. Butiquim
é coisa de mineiro. São famosos por aqui o Tavares, o Barbazul, a Cervejaria Brasil, o Tip-top e o mais famoso
de todos, o Pelicano, instalado no Edifício Maleta que, durante mais de
cinquenta anos abrigou a nata da boemia da cidade. E eu era um deles,
felizmente.
De vez em quando eu
brinco Vou tomar um chope no Maleta, mas,
se não chego até lá fisicamente, fico aqui na Toca com a lembrança da alegria, da
cantoria e da bebedeira. Adoro o Maleta!
Foto Google
FRASES, PENSAMENTOS E AFORISMOS
“As
leis devem ser obedecidas não porque são justas, mas, porque são leis.”
Montaigne