O FILHO INGRATO, AINDA...
Creio que chegou a hora do Brasil retribuir a Portugal a oportunidade de existirmos, talvez na vigésima geração de brasileiros natos. Se os queridos patrícios não fossem corajosos e aventureiros estaríamos ainda na idade da pedra lascada, como continuam ainda os aborígenes da terra brasilis. Nada contra eles, mas foram os portugueses que nos livraram dessa condenação, dando-nos a chance de ostentarmos hoje, com orgulho, a chancela de sexta maior economia do mundo.
Imaginem se eles, os portugueses, os ingleses, os espanhóis e os holandeses não tivessem levado mais de dois terços de nossas riquezas minerais, florais e vegetais? Estaríamos, com certeza, nos primeiros lugares do mundo.
A minha sugestão é a de que ajudemos nossos patrícios a saírem do buraco enorme em que se meteram nessa combalida economia mundial, no século XXI. Ouvimos, vemos e lemos a toda hora que nossas reservas cambiais estão cada vez mais promissoras, que não existe mais o que era uma impagável dívida externa, que o país floresce a cada ano com reservas inesgotáveis de petróleo no pré-sal, enfim, que estamos com a bola e com a corda toda. E nossos descobridores, com a corda no pescoço, pedindo esmolas à União Européia e ao mundo todo para fazer viver dignamente uma população comparada com a do nosso estado do Ceará. É muito injusto com nossos irmãozinhos.
A minha bandeira é localizada neste blog quase doméstico, mas quem sabe um desses grandes paladinos da humanidade não se depara com esta crônica e resolve dar um impulso internacional à ideia, sensibilizando nossos governantes e mandatários a oferecer ao primo pobre uma mãozinha? Eles merecem pois somos seus descendentes. Sem eles não existiríamos. Estaríamos com os beiços enfeitados com um pedaço de coco, com as caras pintadas, descalços e seminus, empunhando arcos e flechas numa taba imunda e sem perspectiva de vida digna.
Acorda, Brasil, para uma ajuda a Portugal.
E tenho dito.
Belo Horizonte, junho de 2013.
FRASES, PENSAMENTOS E AFORISMOS
Todas as obras literárias são plágios, exceto uma que ninguém leu.
Borges