domingo, 11 de dezembro de 2011

A CADEIRA DO CANDIDATO À ABL

Até que enfim já estou trabalhando em prol da minha candidatura a uma vaga na Academia Brasileira de Letras! Idade mínima já tenho. Como vocês estão vendo aí na foto, agora, aqui na Toca, com contrato de locação renovado por mais um ano, estou perfeitamente habilitado a concorrer, visto que não tenho nenhum impedimento para prosseguir nesta promissora carreira de cronista, que estava sendo interrompida insistentemente, pelo uso de uma cadeira fixa e desconfortável.
Vocês - nomeio todos: meus filhos, neta, noras, primo querido distante, sobrinhas e sobrinhos, concunhado e cunhada - me presentearam com uma cadeira chiquérrima. Ela gira em todos os sentidos: norte, sul, leste e oeste, bem como up & down, concedendo-me uma movimentação cadeirística completa, tão necessária nesses felizes momentos dedicados à literatura e à música.
Parece que eu estou brincando, mas era um sacrifício quando me virava para trocar ou colocar uma música na vitrola contígua. Tomava um choque na coluna lombar ou cervical e me fugia completamente a inspiração. Era como se tivesse um sensor-torturador a me criticar sobre o tema que estava desenvolvendo. Um horror!
Agora, fiquei livre desses déspotas estraga-prazeres e, com certeza, a literatura brasileira vai ganhar muito em expressão e qualidade. Vamos aguardar... Tudo brincadeira, queridos amigos.
O que eu quero mesmo é agradecer-lhes de público e de coração. O meu público são só vocês mesmo, que me acompanham e me incentivam através deste blog. Foi uma  gentileza e uma caridade oferecerem ao septuagenário uma peça tão adequada. Espero corresponder com uma produção que venha alegrar-lhes a vida.
No fundo, pela vida desregrada, aventureira e pobre, nunca pensei que conseguisse emplacar mais de 35 anos. No entanto, já estou com duas juventudes acumuladas de 35 e muito feliz.
Quero adverti-los de que a próxima vaquinha que terão que fazer será para a compra do “fardão”. Comecem a poupar, viu? Por favor.
Obrigado, Thanks, Danke, Merci, Gracias, Donko, Grazie, Arigatô.
Belo Horizonte – julho de 2011