O CINE MARROCOS
Na gloriosa
década de 1950, quando todos os países do ocidente iniciavam uma recuperação
moral e econômica, saindo da nefasta influência da Segunda Guerra Mundial, o
Brasil e, principalmente São Paulo, surgia como um grande pólo de desenvolvimento
e esperança para dias melhores. A cidade florescia com sua mescla de raças e
credos, inaugurando points importantes
na vida paulistana como a emergente Rua Augusta, o Conjunto Nacional na Av.
Paulista, a Oscar Freire comercial, enfim, era uma nova e promissora etapa para
aquela geração, a minha geração.
Os cinemas Metro,
Marabá e Ipiranga, no “centrão” da cidade, reinavam silenciosos nas suas
exuberantes construções art decô.
Lembro-me, então,
de uma inauguração importante, a do Cine Marrocos, com suas majestosas colunas
que abriam para uma entrada luxuosa e bem decorada. Na porta, estacionamento
permitido, os carrões americanos desfilavam suas linhas com frisos cromados em
toda sua volta. Uma beleza!
Lembro-me de que
papai estacionou o poderoso Mercury preto 1950 na porta e entramos para
assistir As Neves do Kilimanjaro.
Papai, mamãe,
Lúcia e eu extasiados com o luxo do cinema. Na plateia, poltronas de veludo
verde – chiquérrimas! O público sempre bem vestido e elegante frequentemente
assistia aos grandes lançamentos de Hollywood.
E, recentemente,
triste e decepcionado, assisti a uma matéria na GloboNews, apresentando o Cine
Marrocos como sede do MSTS – Movimento dos Sem Teto de São Paulo, onde uma
quadrilha havia se instalado para chefiar roubos e assaltos no centro da
cidade. O vídeo apresentava uma entrada suja, emporcalhada e pichada daquele
que havia sido um dos símbolos da emergente riqueza paulista. Uma pena!
FRASES, PENSAMENTOS E AFORISMOS
“Se
você se sente só quando está sozinho, é porque está em má companhia.” Jean Paul Sartre
(foto Google)