sábado, 13 de agosto de 2016

O CINE MARROCOS
Na gloriosa década de 1950, quando todos os países do ocidente iniciavam uma recuperação moral e econômica, saindo da nefasta influência da Segunda Guerra Mundial, o Brasil e, principalmente São Paulo, surgia como um grande pólo de desenvolvimento e esperança para dias melhores. A cidade florescia com sua mescla de raças e credos, inaugurando points importantes na vida paulistana como a emergente Rua Augusta, o Conjunto Nacional na Av. Paulista, a Oscar Freire comercial, enfim, era uma nova e promissora etapa para aquela geração, a minha geração.
Os cinemas Metro, Marabá e Ipiranga, no “centrão” da cidade, reinavam silenciosos nas suas exuberantes construções art decô.
Lembro-me, então, de uma inauguração importante, a do Cine Marrocos, com suas majestosas colunas que abriam para uma entrada luxuosa e bem decorada. Na porta, estacionamento permitido, os carrões americanos desfilavam suas linhas com frisos cromados em toda sua volta. Uma beleza!
Lembro-me de que papai estacionou o poderoso Mercury preto 1950 na porta e entramos para assistir As Neves do Kilimanjaro.
Papai, mamãe, Lúcia e eu extasiados com o luxo do cinema. Na plateia, poltronas de veludo verde – chiquérrimas! O público sempre bem vestido e elegante frequentemente assistia aos grandes lançamentos de Hollywood.
E, recentemente, triste e decepcionado, assisti a uma matéria na GloboNews, apresentando o Cine Marrocos como sede do MSTS – Movimento dos Sem Teto de São Paulo, onde uma quadrilha havia se instalado para chefiar roubos e assaltos no centro da cidade. O vídeo apresentava uma entrada suja, emporcalhada e pichada daquele que havia sido um dos símbolos da emergente riqueza paulista. Uma pena!
FRASES, PENSAMENTOS E AFORISMOS

“Se você se sente só quando está sozinho, é porque está em má companhia.” Jean Paul Sartre
(foto Google)