domingo, 8 de fevereiro de 2015

Ó TEMPORA! Ó MORES!
Numa manhã gelada, descemos do carrão do Arthur - um Buick estalando de novo -, em frente à estação ferroviária de Highland Park, para mais um dia de trabalho no escritório dele em Chicago, Ill, USA.
Numa viagem de quarenta minutos e já estávamos na estação central do subway para embarcarmos num traslado quinze minutos até a estação down-town, aonde descíamos e seguíamos a pé por mais dois quarteirões até o enorme prédio que abrigava a Chapman, Lawyers and Consultants, no 23º andar.
Nossa rotina de trabalho era como a que eu seguia aqui no Brasil, trabalhando com meu tio e padrinho, o advogado Dr. Manoel Hermeto, no escritório da Av. Afonso Pena, em Belo Horizonte/MG. Só que, lá, somente no trajeto demorávamos uma hora e meia entre trens, metrôs e caminhadas e aqui, eu pegava o trólebus na Cidade Jardim, descia na Av. Amazonas e mais 50 passos já estava dentro do elevador do Ed. Araújo Silva.
Nos fóruns, tanto o de lá como o de cá, os procedimentos eram os mesmos: retirada de ações com suas referências numéricas, um escrevente subia uma escada e catava a ação pleiteada, assinávamos a contrafé do recebimento e com a dita-cuja na pasta voltávamos para o escritório para seu exame e providências cabíveis.
Só que naquela data, 1965, já estavam sendo instalados nos cartórios judiciais dos Estados Unidos, os primeiros computadores para arquivamento das ações. Os computadores ocupavam uma área contígua à sala do cartório, com seus armários imensos em metal, uns conectados aos outros, que se estendiam por todas as quatro paredes da área, de uns 150 metros quadrados, talvez.
É inacreditável pensar nisto hoje, quando os computadores que portamos estão menores do que maços de cigarros e carregam milhares de informações em suas memórias. E lá se vão apenas 50 anos!
Belo Horizonte, fevereiro/2015.
rhbrandao@gmail.com
FRASES, PENSAMENTOS E AFORISMOS

"Enquanto os sábios discutem as incertezas, os imbecis atacam de surpresa."  Millôr Fernandes.