domingo, 9 de outubro de 2016

ADEUS PEUGEOT...ZÃO
Quarta-feira, cinco de outubro de 2016. Esta data ficará marcada para o resto da minha vida, como um renascimento, um novo aniversário.
Em plena tarde, 14h30min, entrei no meu Peugeot 405 SRI automático, que há 23 anos comprei, praticamente zero, do amigo Alexandre, diretor da Bordeaux. Como sempre, quando estaciono, deixo o câmbio na posição park (estacionamento) para mantê-lo imobilizado sem necessidade do freio de mão. Na rotina, como venho fazendo há tanto tempo, liguei o carro naquela posição e engrenei a marcha à ré, um ponto atrás. Daí, só me lembro de um estrondo, produzido pela trombada do carro num ônibus, na última pista interna da Av. Nossa Senhora do Carmo. O carro bateu tão acelerado na roda do ônibus parado no sinal, que voltou, subiu de novo no passeio e ficou ancorado a um passo da portaria de vidro. No ônibus um pequeno arranhão e um vidro quebrado na porta .
Foi tudo tão repentino e inesperado que quando percebi estava assentado numa cadeira à entrada da firma, tomando água e comendo um biscoito salgado. Um susto e tanto!
Meu filho Frederico me assistiu dali pra frente até levarmos o carro rebocado para um ferro-velho. Nas fotos, o estrago que torceu até o teto, caracterizando a perda total.
O episódio me convenceu de que recebi um aviso, uma advertência, um sinal de que a vida é muito frágil e está totalmente fora do nosso controle mantê-la ou perdê-la.
Naquela fração de segundo, eu poderia ter acertado uma ou diversas pessoas, sei lá. O carro atravessou um passeio largo onde normalmente transitam centenas de pessoas, e não pegou ninguém e nem eu fui atingido, pois essa avenida é, sem dúvida, uma das mais movimentadas de BH, especialmente naquela hora quando transitam carros, ônibus e motocicletas. Enfim, não morri nem matei ninguém. Muito abalado mas feliz, registro aqui minha permanência vivo, sem nenhum arranhão nem a consciência pesada do que poderia ter sido um desastre fatal de enormes proporções. Nem é bom pensar!
Perdi um companheiro, meu delicioso companheiro Peugeot, cuja perda só não é pior do que a do amigo Alexandre, que o vendeu pra mim. Soube que ele estava em casa, lendo jornal, quando sofreu um enfarte fulminante do miocárdio.
Como entender esses mistérios da vida ou da morte?
Belo Horizonte, 8 de outubro de 2016.
FRASES, PENSAMENTOS E AFORISMOS
“Entonces vamos a vivir porque para dormir hay siglos.”

Brinde caribenho de autor desconhecido