RECUERDOS DE
RIBEIRÃO
Mais uma vez voltava a Ribeirão
Preto, de onde havia saído para morar nos Estados Unidos e, daquela vez, para
passar uma pequena temporada antes de mudar-me para Belo Horizonte. Naquele
momento, só tinha em mente promover uma despedida alegre e descontraída como
foi toda a temporada em que lá vivi como estudante da Faculdade de Direito
Laudo de Camargo, como professor de violão para fazer uns trocados e não passar
um dia sem provar o delicioso chope do Pinguim e ainda oferecer serenatas sem
fim às moçoilas da Alta-Mogiana, junto com o João, o Marquinhos e o Fred.
Minha rotina era ótima! Morando
com papai e mamãe, no Edifício Spadoni, na Rua Américo Brasiliense com
Tibiriçá, tomava um café rápido pela manhã mais um suco de laranja, para curar a ressaca, e me preparava para receber
os alunos da manhã que, violão a tiracolo, traziam uma lista enorme de músicas.
Era divertido, pois mantinha a minha tocada competente e em dia, e viajava por
um montão de músicas do gosto dos alunos, o que aumentava muito meu repertório.
Um almoço simples, pois era a
mamãe mesmo que cozinhava e ela não era muito dedicada ao ofício. Assim,
qualquer comidinha servia. Fritava uns bifes, com arroz, feijão e uma
farofinha, o que me alimentava muito bem. Sem variedades. Papai almoçava na
faculdade. Fazia a minha siesta, aprendida
em terras mexicanas, e me preparava
para o turno da tarde das aulas. No fim do dia, passava lá em casa o Marquinhos
e descíamos para os sagrados chopinhos no Pinguim. E nas madrugadas, muita
serenata.
Eta vidinha boa!
FRASES, PENSAMENTOS A AFORISMOS
“Esse estranho que mora no espelho (e é tão mais velho do que
eu) olha-se de um jeito de quem procura adivinhar quem sou.”
Mário Quintana