Ao fundo o professor de inglês, McDermmot.
O CENTENÁRIO DE UM CIENTISTA (I)
O dia 20 de julho
de 2015 marca a data do centenário de meu pai. Nesta data simbólica, não posso
deixar de registrar alguns acontecimentos sobre sua curiosa e profícua vida
como médico, oficial do exército brasileiro e professor.
Em dezembro de 1939, a vida para um médico
recém-formado numa cidade provinciana, como era a Belo Horizonte da época, não
apresentava nenhuma perspectiva de futuro, especialmente para um jovem médico
com ambições de se lançar ao mundo, pesquisando cientificamente sobre a vida e
a saúde das pessoas. De cara, prestou
concurso para o exército e foi aprovado como 1º tenente-médico do glorioso Exército
Brasileiro, sendo designado para servir no Hospital Central do Exército-HCE, em
Manguinhos, no Rio de Janeiro. Mudou-se
com a família, já formada com a mulher Maria Aparecida, a Lia, e os filhos
Lúcia, com dois anos, e Roberto, um ano. Foram anos duríssimos, morando numa
pensão da Rua Constante Ramos, em Copacabana, onde Lia, costureira
habilidosa, para ajudar nas despesas mensais, pedalava na sua máquina de
costura Singer, herdada da mãe, vestidos para toda a vizinhança.
O disciplinado tenente
acordava de madrugada, pegava um ônibus até a estação da Central do Brasil e,
de lá, um trem suburbano até Manguinhos, na zona norte da cidade. Era o dia
inteiro de trabalho, atendendo a um quartel com mais de cinco mil soldados e
oficiais, com suas variadas doenças, infecções e alergias, com pouquíssimos
recursos clínicos ou farmacêuticos e nem a penicilina ainda havia sido inventada.
Alí, no Rio de
Janeiro, a família passou alguns anos, com uma praiazinha aos domingos para
aliviar as tensões da exigente rotina militar do Dr. Helvécio.
FRASES, PENSAMENTOS E AFORISMOS
“A vida é um emaranhado
de acontecimentos que, às vezes, dá certo.” Roberto Brandão