sexta-feira, 14 de agosto de 2015

                                          Em Copacabana, Helvécio, Lia, Lúcia e Roberto.
                                          Ao fundo o professor de inglês, McDermmot.
O CENTENÁRIO DE UM CIENTISTA (I)
O dia 20 de julho de 2015 marca a data do centenário de meu pai. Nesta data simbólica, não posso deixar de registrar alguns acontecimentos sobre sua curiosa e profícua vida como médico, oficial do exército brasileiro e professor.
Em dezembro de 1939, a vida para um médico recém-formado numa cidade provinciana, como era a Belo Horizonte da época, não apresentava nenhuma perspectiva de futuro, especialmente para um jovem médico com ambições de se lançar ao mundo, pesquisando cientificamente sobre a vida e a saúde das pessoas.  De cara, prestou concurso para o exército e foi aprovado como 1º tenente-médico do glorioso Exército Brasileiro, sendo designado para servir no Hospital Central do Exército-HCE, em Manguinhos, no Rio de Janeiro.  Mudou-se com a família, já formada com a mulher Maria Aparecida, a Lia, e os filhos Lúcia, com dois anos, e Roberto, um ano. Foram anos duríssimos, morando numa pensão da Rua Constante Ramos, em Copacabana, onde Lia, costureira habilidosa, para ajudar nas despesas mensais, pedalava na sua máquina de costura Singer, herdada da mãe, vestidos para toda a vizinhança.
O disciplinado tenente acordava de madrugada, pegava um ônibus até a estação da Central do Brasil e, de lá, um trem suburbano até Manguinhos, na zona norte da cidade. Era o dia inteiro de trabalho, atendendo a um quartel com mais de cinco mil soldados e oficiais, com suas variadas doenças, infecções e alergias, com pouquíssimos recursos clínicos ou farmacêuticos e nem a  penicilina ainda havia sido inventada.
Alí, no Rio de Janeiro, a família passou alguns anos, com uma praiazinha aos domingos para aliviar as tensões da exigente rotina militar do Dr. Helvécio.
FRASES, PENSAMENTOS E AFORISMOS

“A vida é um emaranhado de acontecimentos que, às vezes, dá certo.” Roberto Brandão