À MINHA ENCANTADA LUA
A lua me encanta desde menino. Sonho com ela, me inspiro nela, enfim, sou um aficionado dos seus segredos e mistérios, inclusive da sua face oculta. Ontem ela estava bela até de manhã, quando ainda brilhava no céu, apesar da claridade do dia.
E, com aquela visão matutina, li a notícia sobre a morte de Neil Armstrong, aos 82 anos, que foi o primeiro homem a pisar na lua. Hoje, já um pouco distante daquele 20 de julho de 1969, penso mais sobre a importância daquele acontecimento. Não sei, ficou tão banal falar sobre isto; acho até que nos esquecemos de tal proeza. Um acontecimento tão espetacular deveria ser lembrado com mais frequência.
Lembro-me de, quando pequeno, ter assistido no Cine Patê, em Belo Horizonte , a um filme chamado em português Veio do Espaço, que me deixou encantado com o passeio espacial de três astronautas homens e uma mulher, esta protagonizada pela linda atriz Viveca Lindfors.
Era uma aventura extraordinária na qual eles voavam numa nave que daria a volta à lua e voltaria à terra, numa amerissagem não menos espetacular. E aquela visão do menino sonhador transformou-se em realidade ainda no século passado. Eles também desciam na lua e retornavam, naturalmente, com as naves imaginadas pela ficção científica da época. Eram enormes foguetes com fuselagem pontiaguda na frente tão diferentes dessas geringonças atuais, como o Curiosity, que desceu em Marte. As naves de hoje se parecem mais com grandes insetos de aço e carbono que se abrem e fecham mediante um simples comando da NASA. Com um ou mais botões, da terra, são impulsionados, param e aterrissam na lua ou em Marte como um brinquedo obediente ao comando do garotinho moderno.
O astronauta Armstrong recolheu-se ao cargo de professor de engenharia na Universidade de Cincinatti, capital do seu estado natal de Ohio. Além dele, outros onze também andaram na lua. Vamos apostar para ver quem se lembra do nome deles?
Vou enumerá-los para que jamais nos esqueçamos deles, pois são os nossos heróis desconhecidos. Lembram-se da homenagem ao soldado desconhecido, homens sem rosto que representam os milhões de herois anônimos que morreram por tantos outros milhões de anônimos nas guerras? Pois bem, os onze astronautas praticamente desconhecidos são: Edgar Mitchel, Charlie Duke, Edwin “Buzz” Aldrin, Alan Bean, Alan Shepard, James Irwin, Eugene Cernan, Jack Schmitt, John Young, Pete Conrad e David Scott.
Inspirado na crônica do jornalista Álvaro Pereira Júnior, da Folha de São Paulo, com este registro faço a minha homenagem a esses herois modernos, verdadeiros cobaias das experiências científicas. Tudo isso ainda me faz lembrar do pai de todos eles, Yuri Gagárin.
E agradeço à lua a feliz lembrança.
Belo Horizonte, 3 de setembro de 2012.
FRASES, PENSAMENTOS E AFORISMOS
Acreditar é monótono, duvidar é apaixonante, manter-se alerta: eis a vida. Oscar-Wilde