sexta-feira, 24 de abril de 2015

TAIGUARA, UM CRAQUE
Por ocasião das homenagens que alguns veículos de comunicação vêm prestando ao poeta, compositor, violonista e cantor Taiguara, resolvi registrar sobre o dia em que nos conhecemos.
Estava eu em Araraquara, convidado pela Faculdade de Filosofia, para participar de um festival de música popular, como eram chamados à época esses encontros de músicos para uma apresentação em teatros, auditórios, estádios e outros locais de shows. Eu estava acompanhado por dois amigos de Ribeirão Preto, o Marquinhos e o João Stamato. Iríamos cantar algumas canções em três vozes e eu faria algumas músicas com solo de violão e voz. Hospedaram-nos numa pensão bem no centro da cidade, a alguns quarteirões do Teatro Municipal, onde seria levado o festival. Acomodamo-nos e fomos logo buscar umas cervejas para fazer uma boquinha até a hora do show. Nisto, a organizadora do evento nos avisa que viriam mais uns rapazes de São Paulo e que ficariam conosco na mesma pensão. Ótimo! pensamos.
Os três rapazes chegaram no ônibus das 17 horas da Viação Cometa e se apresentaram de violões em punho: Eu sou o Chico; este, o Toquinho, e aquele, o Taiguara. Corremos ao bar e renovamos nosso pedido: “Três engradados de cerveja, por favor.”
Dali, firmamos uma bela confraternização, comentando sobre o que cada um apresentaria. O Chico disse que mostraria uma música inédita, João XXIII, em homenagem ao Papa da época; A Banda e Pedro Pedreiro. O Toquinho iria solar no violão músicas de compositores clássicos brasileiros como Paulinho Nogueira, Ari Barroso, Noel Rosa e outros famosos. E o atual homenageado, o Taiguara, muito espontâneo, pegou o violão e começou a cantar No universo do teu corpo, Hoje, Paz do meu amor, Helena, Helena, Helena e outra que cantamos juntos durante horas, até o momento de sairmos para o show: a desconhecida Vai, negão, que provavelmente nunca foi gravada nem por ele nem por ninguém. 
Não sei se o título da música seria realmente esse, mas era o refrão que cantávamos sem parar: Vai negão, sambando pela rua de copo na mão, sem parar. E a música é uma delícia! Ficamos contaminados antes, durante e depois do festival, quando voltamos à pensão e cantamos sem parar até a hora de embarcar para nossas cidades, na pequena estação rodoviária de Araraquara. Foi um acontecimento. Obrigado, mestre Taiguara!
Belo Horizonte, abril/2015.

FRASES, PENSAMENTOS E AFORISMOS 
Não tem nada mais importante do que a mulher. O resto é bobagem. Oscar Niemeyer