POLLO A
LA FIORENTINA
Eram seis e meia da
tarde e andávamos numa estreita
rua de Florença, na Itália, já com fome e muita vontade de tomar um bom
vinho. Havia notado um
tremorzinho em minhas mãos que,
com certeza, não era de frio, pois usava luvas e o clima era bem agradável. Na
Itália, como de resto em todo o mundo, o outono é a melhor estação do ano e um
convite às comidas e bebidas.
Havíamos chegado de Roma, via Pisa, pelo trem das quatro, onde paramos para conhecer a famosa torre e o Monastério, ao seu lado, que é uma magnífica construção medieval, perfeitamente restaurada. A fim de poupar minha coluna lombar, já defeituosa, subi somente até o terceiro pavimento da Torre, suficiente para ter uma ótima visão daquele belo e simples sítio turístico.
Eram
Havíamos chegado de Roma, via Pisa, pelo trem das quatro, onde paramos para conhecer a famosa torre e o Monastério, ao seu lado, que é uma magnífica construção medieval, perfeitamente restaurada. A fim de poupar minha coluna lombar, já defeituosa, subi somente até o terceiro pavimento da Torre, suficiente para ter uma ótima visão daquele belo e simples sítio turístico.
Naquela caminhada, topamos com uma cantina bem aconchegante
com salames e queijos do teto até as mesas, toalhas quadriculadas de vermelho e
branco, i tutti buona genti fartando-se com todas as iguarias
disponíveis, muito vinho e alegria. Era o que queríamos.
Sentamo-nos numa mesa bem próxima da janela para apreciarmos a movimentação de dentro e de fora do restaurante pois, lá, as ruas vivem cheias de gente de todas as cores, credos e nacionalidades. Bandos de japoneses - cada um com sua máquina fotográfica - em fila com a matriarca à frente; enormes alemães, corados e exuberantes; ingleses discretos e observadores; franceses atentos e curiosos; americanos falantes, indianos desconfiados e nós, sul-americanos, todos deslumbrados com a exuberância arquitetônica de uma das cidades mais lindas e agradáveis do mundo. A vida em Florença é uma festa sem fim.
No cardápio, um prato típico da terra: Pollo ala Fiorentina. Comentei com o Ronald: “É hora
de conhecermos a receita”. Pedimos,
então, ao garçom que nos desse as dicas do prato. Gentilmente, ele nos convidou a chegar até a cozinha
para conhecer todos os detalhes da
confecção do pollo. Os italianos,
gentilíssimos e professorais, sentem enorme prazer em fazer um obséquio. Na cozinha
exalava um forte e delicioso
cheiro de parmesão misturado com orégano, molho de tomate e manjericão que, al fine, é o próprio cheiro da
Itália. Serviram-nos um excelente Chianti
e, de gole em gole, fomos acompanhando a feitura do prato.
O Chef, exuberante, colocou pedaços fartos de peito de frango temperados com alho e sal para marinar no leite, reservou e aconselhou: Piu tempo infuso, meglio. Buscou os que já estavam preparados há umas duas horas e os cozinhou no próprio leite, até ficarem bem macios. Numa vasilha branca para servir direto na mesa, virou os pedaços de frango e, sobre eles, salpicou aipo picado em pedaços médios, uns raminhos de alecrim e creme de leite, até cobrir. E, sério como se estivesse passando um segredo de estado, polvilhou a mistura com bastante queijo parmesão ralado e colocou para gratinar. Serviu-nos lá na cozinha mesmo, bem quente. Acompanhou o prato um arroz branco, misturado com arroz selvagem. O Chef observou: Il vino no cambia. Estava, mesmo, perfeitamente harmonizado.
Voltamos a pé para o hotel comentando sobre o belíssimo passeio e a excelente refeição.
Em Belo Horizonte, somente no Buona Távola repetimos um Pollo tão saboroso como aquele.
Roberto H. Brandão – março/2006
Sentamo-nos numa mesa bem próxima da janela para apreciarmos a movimentação de dentro e de fora do restaurante pois, lá, as ruas vivem cheias de gente de todas as cores, credos e nacionalidades. Bandos de japoneses - cada um com sua máquina fotográfica - em fila com a matriarca à frente; enormes alemães, corados e exuberantes; ingleses discretos e observadores; franceses atentos e curiosos; americanos falantes, indianos desconfiados e nós, sul-americanos, todos deslumbrados com a exuberância arquitetônica de uma das cidades mais lindas e agradáveis do mundo. A vida em Florença é uma festa sem fim.
No cardápio, um prato típico da terra: Pollo a
O Chef, exuberante, colocou pedaços fartos de peito de frango temperados com alho e sal para marinar no leite, reservou e aconselhou: Piu tempo infuso, meglio. Buscou os que já estavam preparados há umas duas horas e os cozinhou no próprio leite, até ficarem bem macios. Numa vasilha branca para servir direto na mesa, virou os pedaços de frango e, sobre eles, salpicou aipo picado em pedaços médios, uns raminhos de alecrim e creme de leite, até cobrir. E, sério como se estivesse passando um segredo de estado, polvilhou a mistura com bastante queijo parmesão ralado e colocou para gratinar. Serviu-nos lá na cozinha mesmo, bem quente. Acompanhou o prato um arroz branco, misturado com arroz selvagem. O Chef observou: Il vino no cambia. Estava, mesmo, perfeitamente harmonizado.
Voltamos a pé para o hotel comentando sobre o belíssimo passeio e a excelente refeição.
Em Belo Horizonte, somente no Buona Távola repetimos um Pollo tão saboroso como aquele.
Roberto H. Brandão – março/2006
FRASES,
PENSAMENTOS E AFORISMOS
Aquele que trabalha com as mãos é um operário.
Aquele que trabalha com as mãos e com a cabeça é um artesão.Aquele que trabalha com as mãos, com a cabeça e com o coração é um artista.
São Francisco de Assis