Quando descemos
do avião, no aeroporto de Quito, capital do Equador, senti-me carregando o
dobro do meu peso. Era como se tivesse engordado mais oitenta e cinco quilos.
Para nós que
vivemos em Belo Horizonte - a pouco mais de 700 metros acima do
nível do mar -, a diferença da pressão atmosférica nos pressiona para baixo, nas
cidades andinas, então muito altas. Elas estão a mais de dois mil metros e o curioso
é que, naquelas alturas, nos adaptamos muito bem, desde que nos privemos de
algumas atividades da nossa rotina. Por exemplo, quando eu morava na Av. Raja
Gabaglia, caminhava diariamente durante uma hora ao redor da Praça da
Assembleia, uns cinco quilômetros, mais ou menos, sem nenhum cansaço exagerado.
Era como se estivesse andando à beira-mar, porém, privando-me das belezas insubstituíveis
da paisagem marinha, pois, com boa imaginação, projetava minhas caminhadas com
as realizadas em Kingston, na Jamaica; em Puerto Plata, na República Dominicana;
e até mesmo, em Cabo Frio ou Búzios. Uma fértil imaginação me remete a qualquer
lugar do planeta.
Voltando ao
Equador, fomos visitar um monumento que divide o hemisfério sul do hemisfério
norte e lá, resolvemos testar a pressão atmosférica. Convidei uma amiga, a
Margarita, para um passeio de sul a norte e, sem exagero, passamos pela
fronteira da linha do Equador sem qualquer mudança de pressão. Aliás, a única
pressão que sentíamos era a distância enorme para encontrar um boteco onde
pudéssemos tomar as espetaculares cervejas equatorianas, que acabamos
encontrando e, ao sul do Equador, tomamos todas. Muchas gracias por la compañia, Margarita.
FRASES, PENSAMENTOS E AFORISMOS
A única confusão
é morrer. Fernando Pessoa
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