domingo, 9 de agosto de 2015

A LINHA DO EQUADOR
Quando descemos do avião, no aeroporto de Quito, capital do Equador, senti-me carregando o dobro do meu peso. Era como se tivesse engordado mais oitenta e cinco quilos.
Para nós que vivemos em Belo Horizonte - a pouco mais de 700 metros acima do nível do mar -, a diferença da pressão atmosférica nos pressiona para baixo, nas cidades andinas, então muito altas. Elas estão a mais de dois mil metros e o curioso é que, naquelas alturas, nos adaptamos muito bem, desde que nos privemos de algumas atividades da nossa rotina. Por exemplo, quando eu morava na Av. Raja Gabaglia, caminhava diariamente durante uma hora ao redor da Praça da Assembleia, uns cinco quilômetros, mais ou menos, sem nenhum cansaço exagerado. Era como se estivesse andando à beira-mar, porém, privando-me das belezas insubstituíveis da paisagem marinha, pois, com boa imaginação, projetava minhas caminhadas com as realizadas em Kingston, na Jamaica; em Puerto Plata, na República Dominicana; e até mesmo, em Cabo Frio ou Búzios. Uma fértil imaginação me remete a qualquer lugar do planeta.
Voltando ao Equador, fomos visitar um monumento que divide o hemisfério sul do hemisfério norte e lá, resolvemos testar a pressão atmosférica. Convidei uma amiga, a Margarita, para um passeio de sul a norte e, sem exagero, passamos pela fronteira da linha do Equador sem qualquer mudança de pressão. Aliás, a única pressão que sentíamos era a distância enorme para encontrar um boteco onde pudéssemos tomar as espetaculares cervejas equatorianas, que acabamos encontrando e, ao sul do Equador, tomamos todas. Muchas gracias por la compañia, Margarita.

FRASES, PENSAMENTOS E AFORISMOS
A única confusão é morrer. Fernando Pessoa

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