Un cigarrillo en el Caribe
Depois de uma visita a um projeto de reforma agrária denominado Plan Sierra - que se caracterizava pela
implantação de pequenos sítios auto-sustentáveis para famílias campestres -
decidimos mudar a rotina e tomar um banho de mar. Estávamos em Puerto Plata , na
República Dominicana e íamos nadar no mar do Caribe. Esse negócio de mar e
areia nunca foi o meu programa preferido, mas para acompanhar os colegas topei
pegar a sunga e ir molhar os pés na água caribeña.
A praia era bem bonita, mas nada comparável às belíssimas praias
da costa brasileira. Formada por uma enseada, tipo baía, lembrava a praia da
Ferradura, em Búzios, só que plantada num arrecife de coral. A água límpida e
sem ondas, com cardumes de peixinhos multicoloridos, dava-nos a impressão de estar
nos refrescando dentro de um enorme aquário. A tarde estava muito quente e
ficamos sentados por ali, deliciando-nos com umas cervejas, fumando e pensando
na vida.E foi durante aquela meditação aquática que decidi tomar uma medida drástica: parar de fumar. Imediatamente.
Apaguei o Minister brasileiro na água, meti a guimba dentro da sunga e fiquei pensando... como seria, depois de 40 anos, pitando um maço por dia? Ali mesmo, depois de uns goles da ótima cerveja dominicana, Budweiser, made in USA, olhei pro céu, esperando ajuda divina para não sentir vontade de fumar. E não senti mesmo. Adeus, tragadas e baforadas! Bebi várias Buds e... nada de vontade de fumar. Pensei: estou salvo desta. E estava mesmo.
Lá se vão vinte e tantos anos e continuo firme. Aliás, hoje, até me incomodo com o cheiro do cigarro. O que antes era prazer virou asco. Nojo mesmo.
Belo Horizonte, janeiro/2014.
Foto Google.