EL MERENGUE Y UNAS COSITAS MÁS DE “LA HISPANIOLA ”
A exemplo do meu amigo Ruy Araújo, que escreveu dois excelentes
guias sobre Veneza e Roma, resolvi informar também, nestas crônicas semanais,
um pouco mais sobre os lugares que visitei, não com a intenção de escrever um
guia, mesmo não tendo a competência dele, mas, somente, a título de oferecer aos meus leitores um
pouco da história e curiosidades sobre aquele lugar/cidade/país visitado.
Começo pela República Dominicana, cujo nome de origem é La
Hispaniola , assim batizada por Cristóvão Colombo em
homenagem à sua terra pátria. Santo Domingo, a capital, guarda os restos
mortais do descobridor bem como do irmão dele, Diogo Colombo, que foi nomeado
Governador da ilha, após a volta de Cristóvão para a Espanha.
Com um governo pioneiro, Diogo instituiu a primeira igreja, o
primeiro hospital e a primeira universidade católica das Américas, que é a
religião predominante.
A ilha La Hispaniola é
dividida em dois terços de terra para a República Dominicana e um terço para o
Haiti, o país mais pobre das Américas.
Na aportagem, Colombo lá encontrou um povo indígena pacífico,
chefiados na época por Guacanagarix, que o recebeu com muita cordialidade e
simpatia. Fato raro na colonização das Américas. No entanto, que pena, esses
indígenas foram dizimados pelas novas doenças advindas da Europa, bem como pela
adesão aos hábitos e costumes dos visitantes, totalmente avessos aos deles. Com
isto, os espanhóis importaram mão de obra africana que veio juntar-se aos
europeus colonizadores e aos americanos ali existentes para formar uma raça
alegre e descontraída.
Nas práticas agropecuárias, os dominicanos adotaram, em tempos
relativamente recentes, um interessante projeto de reforma agrária, chamado Plan Sierra, onde, com uma divisão de
glebas bem planejada distribuíram pequenos sítios habitados pela família dos campesinos, quase que totalmente
independentes do Governo. Eles
plantam e criam os produtos de sua subsistência, seus filhos frequentam as
escolas públicas e assim vivem felizes sua vidinha simples.
Fizemos uma visita a esse sítio reformado e ficamos muito bem
impressionados pela solução coletiva que, infelizmente, não se aplica aos
países continentais, como o Brasil.
Lembro-me ainda que, numa tarde de sol na capital dominicana, a
Universidad Madre y Maestra apresentou-nos uma bela seleção de canções
tradicionais com seu afinadíssimo coro de lindas señoritas.
Da minha estada em La Hispaniola
ficou, pois, a lembrança de um povo feliz e descontraído que dança o merengue e,
especialmente, de uma noite estrelada, quando ofereci uma serenata à mais
deslumbrante Via Láctea jamais vista por
mim.
Deu vontade de sair voando...
Belo Horizonte, agosto de 2013.
FRASES, PENSAMENTOS E AFORISMOS
Dizer não e viver
sozinho são os dois meios únicos de conservar a liberdade e o caráter. Chamfort