terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

                               TRIBUTO AOS FELLOWS (primeira parte)
Vou começar a contar esta história de trás para frente. Na Jamaica, passei como um relâmpago. A ilha, um misto de colonização anglo-hispânica, é de um romantismo intenso. Em Ocho Rios, iniciamos nosso seminário de encontro dos veteranos bolsistas dos Fellows, programa patrocinado pela Fundação Kellogg aos líderes dos comitês hemisféricos do programa Partners of the Américas. De lá para Kingston, a capital, saímos com a incumbência de transformar nossas experiências numa ação multiplicadora dos conhecimentos adquiridos para aplicação em nossos países de origem. Cada um dos bolsistas, naturalmente, buscaria a melhor forma de aplicar a experiência internacional adquirida durante os seminários.
Era uma lição contínua de vida  e até aprendemos a dançar as canções típicas de cada lugar. É isto mesmo, uma vivência internacional pressupõe que você se identifique com o país visitado em todos os sentidos. Primeiro, conhecendo a sua gente, os seus hábitos e costumes, a comida local, tudo dentro daquele território tão extenso quanto variado entre as três Américas. Assim, o merengue, a rumba, o reggae, as guarañas, o tango e o samba nos foram apresentados na sua melhor origem e com as mais perfeitas interpretações de cada banda local. Alguns dos fellows conseguiram até fazer um bom samba no pé; outros, um requebro gostoso do merengue e mais alguns ainda se identificaram com um performático tango, dançado como nas casas noturnas de Buenos Aires.
Ninguém pode imaginar o que vale uma experiência dessas. De como saímos muito melhores e maiores do que quando lá entramos, com um traquejo formidável na convivência internacional, um desembaraço total ao nos expressarmos nas outras línguas, o português, o inglês e o espanhol, enfim, tornamo-nos pessoas do mundo hemisférico. É incrível como ficamos tão próximos, embora fôssemos tão distantes.
Quando um de nós se apresentava com sua vestimenta típica, por exemplo, uma guaiabera,  modelo de camisa próprio de quase todas as ilhas caribenhas, ou mesmo, com um imenso sombrero mexicano, destacando-se sobre os demais bonés, toucas e bandanas, e até com as nossas legítimas havaianas, que acabaram fazendo parte obrigatória de todas as bagagens dos fellows, era uma confraternização alegre e festiva.
Foram quatro anos de uma mistura de coisas e pensamentos que nos envolveram, tornando-nos amigos inseparáveis pelo resto de nossas vidas. Na verdade, somos todos iguais, cada um com suas origens e raízes, mas todos com o mesmo sentimento universal da boa convivência e da compreensão mútua.
God bless the Fellows.
Belo Horizonte, fevereiro/2015
rhbrandao@gmail.com
FRASES, PENSAMENTOS E AFORISMOS
"Mulheres são como saquinhos de chá. Você nunca sabe o quanto elas são fortes até colocá-las na água quente." Eleanor Roosevelt