domingo, 13 de novembro de 2016

PERDIDO NUMA TARDE FRIA
Os dias nublados são sombrios e tristes para nós que vivemos neste glorioso país tropical de sol e abundância de claridade. E foi num dia assim que eu me sentia, num domingo de outono em Denver, no Colorado. Sozinho e a pé caminhava meio sem rumo no centro da cidade, quando me encontrei com um grupo de índios.
O meu amigo José Gonçalves, à época presidente do Partners Colorado, já me havia alertado para esses grupos de índios que perambulam pela cidade, aos domingos, para levantar algum trocado com algum estrangeiro perdido. Naquela época, os assaltantes não buscavam celulares, só dinheiro vivo mesmo. E eu, duro como sempre, andava por ali para chegar até à Larimer Street, onde encontraria   outros perdidos naquela tarde fria.
Não me intimidei, continuei firme na minha trajetória, quando um deles se aproximou e me perguntou: Wher` you going, latino? Não respondi e ele continuou a me seguir com aquela catinga de quem não toma banho há meses. Apressei o passo e ele veio firme, com os comparsas do outro lado da rua me olhando fixo. Mais um pouco e percebi que ele mexia nos bolsos. Pensei: buscando uma faca ou qualquer arma para me atacar. Fiz uma análise rápida. Ele era bem menor do que eu, franzino, mas estava em vantagem com os outros três do outro lado da rua.  Naquele momento, por sorte, vi que um ônibus se aproximava. Fui em sua direção e entrei para ir até qualquer lugar. Por coincidência, ele passaria pela Larimer St. Ufa, que alivio!
Uma informação: aos domingos, numa cidade média americana como Denver, os coletivos são raros aos domingos. Só mesmo um raríssimo para salvar um perdido nas suas ruas frias e desertas.
FRASES, PENSAMENTOS E AFORISMOS
Aquilo que você imagina é aquilo que você sabe. Mallarmé


                     Downtown Denver - Foto Google