sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

                                         
O MELHOR CARNAVAL DA MINHA VIDA.
Às vésperas de um Carnaval de antigamente, fui convidado por um amigo para, junto com o irmão dele, descermos para Santos para participar da folia. Fiquei sem saber o que fazer, pois andava muito duro, com poucas aulas de violão e nenhum bico, mas ele, então, arrematou: "Não se preocupe. O papai  alugou um apartamento na praia do Gonzaga e, como já tirei a "carta" (carteira de habilitação para os paulistas), liberou o carrão dele para irmos bem montados. Era um carrão americano, zerinho, pintura metálica e conversível.
Uau! pensei comigo, - aí é demais! Vou de qualquer jeito. Combinamos dia e hora e os dois passaram lá em casa na manhã de sábado, já com a capota arriada, de bermudas e camisetas coloridas, a fim de irmos anunciando, para quem quisesse ver, que estávamos saindo para o Carnaval na praia. Descemos a Teodoro Sampaio e logo pegamos a Avenida Rebouças para mostrar mesmo qual era a nossa intenção, pois todos nossos amigos moravam naquela vizinhança e a exibição era proposital. Já na Via Anchieta, novíssima e totalmente congestionada, começamos a montar a programação que versava sobre diversos assuntos: mulheres, damas, senhoritas, brancas, negras, amarelas, mulatas, jovens, estudantes, solteiras, noivas, casadas, viúvas, altas, baixas, gordas, magras, enfim, só mulheres, mulheres e mulheres...  Imaginem três boas pintas, apartamento na orla da melhor praia de Santos, carro de milionários, muito saudáveis, com super disposição e libido juvenil incontrolável, não podia dar outra.
Uma hora de estrada e entramos na cidade ensolarada, que mostrava alguns animados sambistas da periferia até a praia, onde já se formava um enorme "corso" na avenida.  Para quem não sabe, o corso era uma fileira de carros que acompanhava os carnavalescos por um determinado trajeto e, pelo caminho, iam aparecendo blocos e conjuntos musicais que se plantavam em determinados pontos para fazer o som da festa. Nada de alto-falantes, música eletrônica, nada disso.
A gente descia do carro, fazia umas firulas para chamar a atenção do nosso público-alvo, uns beijinhos, e assim marcávamos presença, arrastando atrás do carrão as mais oferecidas. Tarde da noite, com uma legião de fãs nos acompanhando e já próximos do prédio onde estávamos hospedados, era só apontar para as mais chegadinhas e convidar para um whiskinho com gelo. Beleza pura!
FRASES, PENSAMENTOS E AFORISMOS

Uma única morte é uma tragédia; um milhão de mortes é uma estatística.” Josef Vissarionovitch Stalin