JUVENTUDE, CULTURA E LIBERDADE
Palavras sagradas.
Extraí este tema da última frase da crônica do Fernando Brant no Estado de Minas, do dia 27 de fevereiro. Vivemos numa roda-viva tal que não sobra tempo nem para fazer perguntas, muito menos para ouvir as respostas. E com um trio de palavras tão inspiradoras sinto um ímpeto de começar a escrever quase sem parar.
Juventude, palavra soberana, que inspira tanto, pois nos conduz aos melhores momentos das nossas vidas, de tantas lembranças e boas recordações. Dá vontade de buscar o elo perdido nas profundezas do oceano, ou nos recônditos da Xangrilá encravada nas montanhas da Mongólia para saber se existe mesmo um elixir que, bem dosado, prolonga eternamente esta maravilhosa fase da vida. Lembro-me de que o tema vem atormentando as cabeças pensantes por todo o sempre, como no romance O Retrato de Dorian Grey, de Oscar Wilde, que pretendia manter o personagem jovem através de sua imagem no espelho ou como na obra Fausto, de Goethe, quando seu personagem pretendia trocar a alma pela eterna juventude.
Em 1513, Ponce de León já buscava nas Américas a Fonte da Juventude, a mando da Rainha Isabel que visitou o sul de Cuba, praia de Rimini, sem encontrar vestígios da sonhada fonte. Bem antes dele, Alexandre, o Grande, já buscava uma fonte da juventude e não a encontrou, morrendo de febre aos 33 anos.
Encontrei-me ontem com o Cláudio, meu amigo especialista em freios e embreagens de carros, que exclamou: “Puxa, Roberto você não fica velho!” Disse a ele que o espelho vive negando esse conceito seja na cor dos cabelos, nas rugas e manchas no rosto e nas mãos, ou na proeminência da barriga, enfim, isto é muito relativo.
Cultura, como é bom falar sobre ela. Em contraponto com a juventude, quanto mais o tempo passa, mais aprendemos e ganhamos conhecimento quando nos dedicamos aos estudos e satisfazemos nossa inquietante curiosidade. Ela é infinita.
Já a liberdade é o bem maior dos homens, pois caminha pelas duas outras e, sem ela, não desfrutamos dos poderes da juventude nem da sensível aplicação da cultura. Agora, por exemplo, se o Papa Bento XVI não tivesse liberdade de renunciar ao papado, como faria para conviver naquela condição tendo que aceitar todas as falcatruas e mazelas que descobriu dentro de sua fé sagrada que é a igreja católica?
Enfim, nós, os mineiros, somos apologistas da liberdade, tanto que a temos inscrita em nossa bandeira e, com esse espírito, vamos pregando a liberdade por onde passamos: LIBERTAS QUAE SERA TAMEN
Belo Horizonte, março de 2013.
FRASES, PENSAMENTOS E AFORISMOS
Maria mulher de Lino, mas de princípios precários
Num corpo de violino
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Juarez M. Machado