sábado, 23 de março de 2013

SEXUS - PLEXUS – NEXUS

Esta famosa trilogia denominada “A Crucificação Encarnada”, escrita pelo americano Henry Miller que escandalizou a sociedade da época quando foi lançado em Paris, no início da década de 1930, já apresentava uma narração descritiva muito semelhante à da escritora inglesa E.L.James, também na trilogia “Os cinquenta tons de cinza”.
Digo isto porque, no outro dia, quando comentávamos a respeito da recente obra da  inglesa, algumas pessoas do grupo mostraram-se escandalizadas com a livre abordagem sexual da autora,  até achando-a, de certa forma, desbocada e agressiva com os relatos minuciosos e a linguagem adotada. Fora do padrão, insistiram.
Ó tempora, ó mores! Lembro-me quando adolescentes nos anos 50, em São Paulo, reuníamo-nos na garagem da casa de um dos rapazes da turma, para ler ou assistir aos filmes denominados “de sacanagem”, que algum de nós conseguia. Era um tesão coletivo comentarmos as aventuras das personagens e projetarmos as nossas peripécias com as garotas com as quais já vínhamos tendo alguma  liberdade.
Naquelas reuniões secretas dos “sem-vergonhas”, cada um chegava com seu livrinho sorrateiramente embrulhado ou com o filme despistado entre o material escolar nas  pastas ginasianas. Esgueirávamos até as portas das garagens, ainda de dia - os pais  não haviam chegado –, trancávamo-nos a sete chaves, e ficávamos à meia-luz para não chamar atenção. E lá permanecíamos por horas e horas, líamos e relíamos os livros, rodávamos os filmes até gastá-los e fazíamos caras de inocentes, depois de esconder com um truque a tralha libidinosa, quando algum pai chegava antes da hora. Eram as nossas tardes de estudo mais proveitosas, disparávamos em coro.
Parece que na história da humanidade essas situações vão se repetindo. Meu pai sempre afirmava, com sua filosofia médica e realista, e na qualidade de professor de Bacteriologia em algumas faculdades de medicina pelo mundo afora, que “os homens, ao longo do tempo, nunca mudaram; foram e serão sempre os mesmos, desde que vieram ao mundo. Eles só vão mudando as roupas.”
Belo Horizonte, março/2013.

FRASES, PENSAMENTOS E AFORISMOS
Há duas formas para viver a sua vida. Uma é acreditar que não existe
milagre. A outra é acreditar que todas as coisas são um milagre.
Albert Einstein

Henry Valentine Miller (December 26, 1891 – June 7, 1980) was an American writer and painter. He was known for breaking with existing literary forms and developing a new sort of "novel" that is a mixture of novel, autobiography, social criticism, philosophical reflection, surrealist free association, and mysticism, one that is distinctly always about and expressive of the real-life Henry Miller and yet is also fictional.[2] His most characteristic works of this kind are Tropic of Cancer (1934), Black Spring (1936), and Tropic of Capricorn (1939). He also wrote travel memoirs and essays of literary criticism and analysis.