sábado, 29 de setembro de 2012

MEU FILHO PEDRO NA ANTÁRTIDA

O Pedro resolveu promover uma pescaria na Antártida.
Ponderei: Pedrão, você não acha que lá é muito gelado, que talvez não consiga pescar
nada? Aquela parte do planeta é congelada, sem graça nenhuma.
E ele: Bobagem, pai, vou pescar muito peixe e ainda trazer umas centoyas pra você cozinhar pra nós. Adoro aquele carangueijão.
Com alguém decidido não adianta argumentar, ainda mais com quem tem uma personalidade tão forte. Vá lá e me conte depois.
Reuniu a tripulação de bordo e singrou os mares do Sul para chegar à gelada Antártida.
Soube que no caminho pegaram uma forte tempestade no Cabo de Santa Catarina onde se encontram as correntes do hemisfério sul com as do norte e, naquele ponto, os barcos jogam muito. Viram pequenos botes a entrentar a fúria dos mares revoltos. Passaram ilesos. Sei que nada os assusta, pois estão acostumados às grandes aventuras marítimas quando já passaram por apertos enormes e se saíram muito bem em todas as ocasiões.
No entanto, outro dia, recebi por e-mail um SOS dele com a foto do barco ilustrando a seguinte mensagem:
Papai, aportamos para almoçar em Ushuaia, que é um departamento da província da Terra do fogo, na Argentina e, quando voltamos, o meu barco estava nas condições retratadas. Pode ajudar-me?
Um abraço, Pedro e Cia.
Recomendei a ele que rezasse no corcovado gelado e pegasse um trem na volta.
Foi o que ele fez e ainda mandou as fotos, que ficaram ótimas.
Belo Horizonte, setembro/2012



 FRASES, PENSAMENTOS E AFORISMOS

O poder é a mais afrodisíaca das virtudes. Nelson Rodrigues



sábado, 22 de setembro de 2012


TABELUIAS EM FLOR
Vejam que lindo tabeluia vellosoi pode ser visto da varanda da casa da Sônia/Zuza, na Raja Gabaglia. Estou falando de um frondoso ipê amarelo. No final do inverno e início da primavera, abre-se esta rápida temporada de rejuvenescimento da florida Belo Horizonte, com seus inúmeros tabeluias brancos, rosas amarelos e roxos, exuberantes por toda a cidade. Daquela varanda, já cogitamos que se tivéssemos um prefeito arrojado e amante de flores, poderia semear a belíssima Serra do Curral com milhares de ipês de todas as cores. Ele seria um verdadeiro herói municipal e com certeza eleito ad-infinitum por tamanha ousadia.
Na foto, um tanto bloqueada pelo frondoso jardim do Ministério da Agricultura, vê-se a base da Serra Curral, fiel barreira de furacões e tempestades da nossa aconchegante Belo Horizonte.
Aqui mesmo, em frente da Epamig, onde trabalho, também um tabeluia amarelo já está cobrindo o chão com seu tapete de sementes e flores. Um espetáculo lindíssimo.
Nesta época exuberante de flores e cores, a vontade é de sentar-me em frente de uma delas, traçar-lhe os contornos e buscar a cor correta para pintar uma tela de beleza a ser visualizada o ano todo, para não me esquecer dessa visão de paraíso que os ipês sugerem.
Avanti, prefeito a ser eleito em outubro, assuma a tarefa de encantar nossa Belo Horizonte com ipês na Serra do Curral e transformá-la, também, num belo nascente. Com certeza, esta se tornaria a cidade mais linda do mundo.
Em São Francisco, na Califórnia, já conseguiram montar uma rua de flores, a Lombard Street; mas, uma cidade de flores seria só aqui mesmo, no sopé da Serra do Curral. Vamos levantar esta bandeira?
Em Belo Horizonte, 22/09/2012, na primavera.

FRASES, PENSAMENTOS E AFORISMOS
Há quem acredite que o vinho mata lentamente.
Não importa, não estou com pressa.

sábado, 15 de setembro de 2012






O AVIÃO DA RANDRADE E O BUGRE

Quando o Ronald me convidou para ir a São Paulo para visitar a LABACE 2012 - maior feira de aviões executivos na América Latina -, a fim de escolher o novo avião que nos servirá no atendimento aos clientes da Randrade nos próximos anos, não titubeei. Pode marcar, Ronald, e vamos de avião de carreira, pois “o nosso” está na revisão anual e com essa máquina não  se brinca.
A secretária dele reservou hotel, restaurantes y otras cositas e partimos para a minha adorada pátria adotiva. Foi uma temporada muito boa, como nas fotos anexas, onde tivemos a oportunidade de buscar, entre os mais de setenta aviões e helicópteros, o mais adequado para o nosso transporte rápido. Mas, vou deixar de lado esta história cansativa de escolher marcas, potências e modelos de aviões para chegar à parte mais alegre e feliz da nossa viagem.
Combinamos com meus queridos amigos paulistas, um encontro no restaurante A Caverna do Bugre, que já contei numa outra crônica, mas, como faltaram algumas fotos e lembranças, quero registrar por inteiro aquela já saudosa noitada.
O Bugre mudou muito. Antes, uma taverna germânica com lambris e divisórias de madeira, bancos coletivos, mesas com toalhas em xadrez vermelho e um tempero especial do Seo Alexandre para as deliciosas carnes. Hoje, um restaurante legal, arrumadinho, mesas e toalhas normais, sem o charme das incalculáveis noitadas de muita conversa, cerveja e violão. Naquelas noites intermináveis, sob a proteção do Seo Manoel, garçom lusitano carinhosamente chamado de “galego” - que tanto nos serviu e protegeu numa época de dinheiro curtíssimo -, ficávamos repassando a semana vivida nos colégios, nas festas, os  novos namoros e paqueras, enfim, o Bugre era uma espécie de confessionário para os componentes daquela turma de super amigos, quase irmãos, que se encontravam todo santo dia. O Renato magro, que infelizmente nunca mais encontrei, passava lá em casa depois da aula, barba feita, paletó preto surrado – ele não tirava o paletó – para darmos uma chegada até à Rua Augusta, point da jeunesse dorée da Paulicéia Desvairada. Atravessávamos a pé pela avenida em frente ao Hospital das Clínicas, da qual não me lembro do nome, cruzávamos a Rebouças e, rapidamente, nos sentávamos no Flamingo, bar então recentemente inaugurado na Augusta. Nossas namoradinhas de plantão, a Esdraína e a Maud, pessoas formidáveis, logo chegavam. Meávamos a conta e voltávamos para o nosso reduto na Rua Teodoro Sampaio. Era um encontro que, muitos anos depois, passou a ser chamado de “amizade colorida”. Coloridíssíma! Gostaria muito de me encontrar novamente com as duas e o Renato magro.
O destino vai reservando para nós, pobres mortais, lembranças queridas que nos acompanham pela vida afora e vão ficando cada vez mais difíceis de serem revividas. Um dia, talvez, com muita dedicação e vontade, como fizemos naquele noite no Bugre, colocaremos todos juntos de novo. Estou torcendo por isto.
PS. Lembrei-me de que o Dorival, inclusive, ganhou um jantar no Bugre quando ofertou ao Seo Alexandre o desenho de uma cara de índio, que foi emoldurado e dependurado logo na entrada do restaurante. O desenho não está mais lá, talvez esteja abandonado em alguma gaveta na casa dos filhos ou netos do Seo Manoel. Vou conferir!

FRASES, PENSAMENTOS E AFORISMOS
Independência é fazer somente o que você quer e não fazer, definitivamente, o que você não quer. O Coiote, primeiro e único

sábado, 8 de setembro de 2012

A maravilhosa lua fotografada da não menos maravilhosa varanda do apartamento do Pedro, no Buritis.

                                                     À MINHA ENCANTADA LUA

A lua me encanta desde menino. Sonho com ela, me inspiro nela, enfim, sou um aficionado dos seus segredos e mistérios, inclusive da sua face oculta. Ontem ela estava bela até de manhã, quando ainda brilhava no céu, apesar da claridade do dia.
E, com aquela visão matutina, li a notícia sobre a morte de Neil Armstrong, aos 82 anos, que foi o primeiro homem a pisar na lua. Hoje, já um pouco distante daquele 20 de julho de 1969, penso mais sobre a importância daquele acontecimento. Não sei, ficou tão banal falar sobre isto; acho até que nos esquecemos de tal proeza. Um acontecimento tão espetacular deveria ser lembrado com mais frequência.
Lembro-me de, quando pequeno, ter assistido no Cine Patê, em Belo Horizonte, a um filme chamado em português Veio do Espaço, que me deixou encantado com o passeio espacial de três astronautas homens e uma mulher, esta protagonizada pela linda atriz Viveca Lindfors.
Era uma aventura extraordinária na qual eles voavam numa nave que daria a volta à lua e voltaria à terra, numa amerissagem não menos espetacular. E aquela visão do menino sonhador transformou-se em realidade ainda no século passado. Eles também desciam na lua e retornavam, naturalmente, com as naves imaginadas pela ficção científica da época. Eram enormes foguetes com fuselagem pontiaguda na frente tão diferentes dessas geringonças atuais, como o Curiosity, que desceu em Marte. As naves de hoje se  parecem mais com grandes insetos de aço e carbono que se abrem e fecham mediante um simples comando da NASA. Com um ou mais botões, da terra, são impulsionados, param e aterrissam na lua ou em Marte como um brinquedo obediente ao comando do garotinho moderno.
O astronauta Armstrong recolheu-se ao cargo de professor de engenharia na Universidade de Cincinatti, capital do seu estado natal de Ohio. Além dele, outros onze também andaram na lua. Vamos apostar para ver quem se lembra do nome deles?
Vou enumerá-los para que jamais nos esqueçamos deles, pois são os nossos heróis desconhecidos. Lembram-se da homenagem ao soldado desconhecido, homens sem rosto que representam os milhões de herois anônimos que morreram por tantos outros milhões de anônimos nas guerras? Pois bem, os onze astronautas praticamente desconhecidos são: Edgar Mitchel, Charlie Duke, Edwin “Buzz” Aldrin, Alan Bean, Alan Shepard, James Irwin, Eugene Cernan, Jack Schmitt, John Young, Pete Conrad e David Scott.
Inspirado na crônica do jornalista Álvaro Pereira Júnior, da Folha de São Paulo, com este registro faço a minha homenagem a esses herois modernos, verdadeiros cobaias das experiências científicas.  Tudo isso ainda me faz lembrar do pai de todos eles, Yuri Gagárin.
E agradeço à lua a feliz lembrança.
Belo Horizonte, 3 de setembro de 2012.

FRASES, PENSAMENTOS E AFORISMOS
Acreditar é monótono, duvidar é apaixonante, manter-se alerta: eis a vida. Oscar-Wilde