sábado, 30 de março de 2013

PAPA FRANCISCO, O CARA!
Com todo o respeito, considero o Papa Francisco, o cara. Foi ele quem me deu liberdade para tratá-lo assim. Aliás, com os Papas já venho me entendendo há muito tempo. Vocês devem se lembrar da crônica postada aqui no tocabrandão sobre uma vez que escrevi ao Papa Paulo VI. Foi um sucesso de crítica, pois, como disse, quase ninguém se atreve a escrever para o Papa. Os crentes não têm coragem e os incrédulos não se interessam pela palavra dele.
Para o atual, não vou escrever, ele mesmo já vem esclarecendo-me sobre diversas dúvidas que venho levantando ao longo da vida a respeito da Igreja Católica. E de forma espontânea desde sua recente aparição pública. 
Creio que ele seja o missionário que a Igreja precisa no momento: um religioso de princípio, convicto e com muita história, respeitoso, profundamente teólogo, simpático, aberto, acessível e rigorosamente popular.
Aquela postura e até aquelas vestes dos seus antecessores vinham contribuindo para o afastamento gradual e intenso de uma grande parte dos bilhões de católicos espalhados pelo mundo afora. A humildade relatada na Bíblia sobre a vida de Jesus é o maior exemplo que nenhum deles seguiu até hoje. Pelo contrário, até agora todos têm sido personalistas, enfeitados e trancafiados em suas redomas, ostentando sempre uma figura mítica afastada do contato direto com o povo, arma imprescindível para a arregimentação de soldados e seguidores.
Assim, acredito que a Igreja Católica precisava de um chefe supremo que nos conduzisse a acreditar nos seus princípios e dogmas por convicção e não por medo.
Aquela força misteriosa que todos precisamos tem que vir através de uma crença religiosa verdadeira, factível, e não de uma subordinação a símbolos e enfeites que, como vinham sendo apresentados, mistificavam suas ações e espantavam os menos informados.
Jesus sempre pregou: “Vinde a mim...” e não, “Obedeçam-me...”
Seja bem-vindo e parabéns Papa Francisco, Sua Santidade é o cara..
Belo Horizonte, março/2013.

FRASES, PENSAMENTOS E AFORISMOS
O que se opõe à fé não é o ateísmo, é o medo. Leonardo Boff

sábado, 23 de março de 2013

SEXUS - PLEXUS – NEXUS

Esta famosa trilogia denominada “A Crucificação Encarnada”, escrita pelo americano Henry Miller que escandalizou a sociedade da época quando foi lançado em Paris, no início da década de 1930, já apresentava uma narração descritiva muito semelhante à da escritora inglesa E.L.James, também na trilogia “Os cinquenta tons de cinza”.
Digo isto porque, no outro dia, quando comentávamos a respeito da recente obra da  inglesa, algumas pessoas do grupo mostraram-se escandalizadas com a livre abordagem sexual da autora,  até achando-a, de certa forma, desbocada e agressiva com os relatos minuciosos e a linguagem adotada. Fora do padrão, insistiram.
Ó tempora, ó mores! Lembro-me quando adolescentes nos anos 50, em São Paulo, reuníamo-nos na garagem da casa de um dos rapazes da turma, para ler ou assistir aos filmes denominados “de sacanagem”, que algum de nós conseguia. Era um tesão coletivo comentarmos as aventuras das personagens e projetarmos as nossas peripécias com as garotas com as quais já vínhamos tendo alguma  liberdade.
Naquelas reuniões secretas dos “sem-vergonhas”, cada um chegava com seu livrinho sorrateiramente embrulhado ou com o filme despistado entre o material escolar nas  pastas ginasianas. Esgueirávamos até as portas das garagens, ainda de dia - os pais  não haviam chegado –, trancávamo-nos a sete chaves, e ficávamos à meia-luz para não chamar atenção. E lá permanecíamos por horas e horas, líamos e relíamos os livros, rodávamos os filmes até gastá-los e fazíamos caras de inocentes, depois de esconder com um truque a tralha libidinosa, quando algum pai chegava antes da hora. Eram as nossas tardes de estudo mais proveitosas, disparávamos em coro.
Parece que na história da humanidade essas situações vão se repetindo. Meu pai sempre afirmava, com sua filosofia médica e realista, e na qualidade de professor de Bacteriologia em algumas faculdades de medicina pelo mundo afora, que “os homens, ao longo do tempo, nunca mudaram; foram e serão sempre os mesmos, desde que vieram ao mundo. Eles só vão mudando as roupas.”
Belo Horizonte, março/2013.

FRASES, PENSAMENTOS E AFORISMOS
Há duas formas para viver a sua vida. Uma é acreditar que não existe
milagre. A outra é acreditar que todas as coisas são um milagre.
Albert Einstein

Henry Valentine Miller (December 26, 1891 – June 7, 1980) was an American writer and painter. He was known for breaking with existing literary forms and developing a new sort of "novel" that is a mixture of novel, autobiography, social criticism, philosophical reflection, surrealist free association, and mysticism, one that is distinctly always about and expressive of the real-life Henry Miller and yet is also fictional.[2] His most characteristic works of this kind are Tropic of Cancer (1934), Black Spring (1936), and Tropic of Capricorn (1939). He also wrote travel memoirs and essays of literary criticism and analysis.

domingo, 17 de março de 2013

PAPAGUENO VOLTA A CANTAR
Primeira parte -
Com muita alegria, ouvi, hoje, os primeiros trinados do Papagueno. Para quem não o conhece, ele é o meu companheiro na Toca: um canário belga amarelo-ouro, de meia-idade (foto) e já muito preguiçoso para deliciar-me com seu canto suave. Aliás, ele parou de cantar desde que começou a trocar as penas, ano passado. E nada de canto... até esta data.
Levei-o para uma temporada num spa passarinheiro, lá na Av. Nossa Senhora do Carmo, onde ficou por trinta dias com nova dieta alimentar, banho diário numa bacia nova mais confortável, convivência com primas e primos, e até manicures de  plantão cortaram-lhe as unhas; enfim, um luxo. Mesmo assim, saiu daqui mudo e voltou calado.
Disse-me o dono do spa que ele deveria estar compondo alguma coisa, o que confirmei com o Neves, aqui da Epamig, cujo canarinho também estava na fase de composição, ou seja, mudo.
E, hoje, surpreendentemente, ouvi o seu ainda modesto canto, nas primeiras horas da manhã. Dei-lhe um tratamento nota dez, ração nova e gaiola limpa. Logo, ele pulou na banheira para o banho matinal. E eu fui trabalhar, tendo recomendado aos vizinhos que ficassem atentos para me contar, no fim do dia, se teriam ouvido uma bela sinfonia.
Segunda parte
À tarde, quando voltei do trabalho ele continuava piando, mas sem aquela exuberância de alguns anos atrás. Coloquei no computador o som de algum primo distante, o que o excitou bastante: ele pulou, bebeu, espreguiçou-se e se empoleirou no último andar da gaiola para, num sopro alegre, assobiar umas poucas notas. É um bom recomeço.
Belo Horizonte, 12 de  março de 2013.

FRASES, PENSAMENTOS E AFORISMOS
Os Borgonhas te fazem pensar em coisas boas, os Bordeaux te fazem dizê-las e os Champagnes te levam a fazê-las. Jean Anthelme Brillat-Savarin

terça-feira, 5 de março de 2013


JUVENTUDE, CULTURA E LIBERDADE
Palavras sagradas.
Extraí este tema da última frase da crônica do Fernando Brant no Estado de Minas, do dia 27 de fevereiro. Vivemos numa roda-viva tal que não sobra tempo nem para fazer perguntas, muito menos para ouvir as respostas. E com um trio de palavras tão inspiradoras sinto um ímpeto de começar a escrever quase sem parar.
Juventude, palavra soberana, que inspira tanto, pois nos conduz aos melhores momentos das nossas vidas, de tantas lembranças e boas recordações. Dá vontade de buscar o elo perdido nas profundezas do oceano, ou nos recônditos da Xangrilá encravada nas montanhas da Mongólia para saber se existe mesmo um elixir que, bem dosado, prolonga eternamente esta maravilhosa fase da vida. Lembro-me de que o tema vem atormentando as cabeças pensantes por todo o sempre, como no romance O Retrato de Dorian Grey, de Oscar Wilde, que pretendia manter o personagem jovem através de sua  imagem no espelho ou como na obra Fausto, de Goethe, quando seu personagem pretendia trocar a alma pela eterna juventude.
Em 1513, Ponce de León já buscava nas Américas a Fonte da Juventude, a mando da Rainha Isabel que visitou o sul de Cuba, praia de Rimini, sem encontrar vestígios da sonhada fonte.  Bem antes dele, Alexandre, o Grande, já buscava uma fonte da juventude e não a encontrou, morrendo de febre aos 33 anos.
Encontrei-me ontem com o Cláudio, meu amigo especialista em freios e embreagens de carros, que exclamou: “Puxa, Roberto você não fica velho!” Disse a ele que o espelho vive negando esse conceito seja na cor dos cabelos, nas rugas e manchas no rosto e nas mãos, ou na proeminência da barriga, enfim, isto é muito relativo.
Cultura, como é bom falar sobre ela. Em contraponto com a juventude, quanto mais o tempo passa, mais aprendemos e ganhamos conhecimento quando nos dedicamos aos estudos e satisfazemos nossa inquietante curiosidade. Ela é infinita.
Já a liberdade é o bem maior dos homens, pois caminha pelas duas outras e, sem ela, não desfrutamos dos poderes da juventude nem da sensível aplicação da cultura. Agora, por exemplo, se o Papa Bento XVI não tivesse liberdade de renunciar ao papado, como faria para conviver naquela condição tendo que aceitar todas as falcatruas e mazelas que descobriu dentro de sua fé sagrada que é a igreja católica?
Enfim, nós, os mineiros, somos apologistas da liberdade, tanto que a temos inscrita em nossa bandeira e, com esse espírito, vamos pregando a liberdade por onde passamos: LIBERTAS QUAE SERA TAMEN
Belo Horizonte, março de 2013.

FRASES, PENSAMENTOS E AFORISMOS
Maria mulher de Lino, mas de princípios precários
Num corpo de violino
Tornou-se extra de vários
Juarez M. Machado