domingo, 26 de maio de 2013

MANHÃ DE DOMINGO
No ensolarado domingo, dia 19 de maio, acordei de bem com a vida.
Como havia prometido ao Ronald assistir a uma missa em memória dele e dos inesquecíveis momentos compartilhados ao longo de mais de 30 anos, apertei a fivela da sandália e desci para a missa das nove na Igreja da Boa Viagem. Culto belíssimo, com coros e homilias dedicadas à data de Pentecostes. Comunguei e orei pelo amigo eterno.
Na volta, ainda animado pela recomendação do Dr. Antônio de andar um pouco pela manhã para tomar sol, continuei minha subida até a insuperável Praça da Liberdade, lotada de pais, mães, avós e suas crianças, prontos para a apresentação de uma luta de capoeira, para ouvir alguns conjuntos musicais e ainda participar das diversas outras atrações programadas para aquela manhã.
Assentei-me num dos bancos da alameda central para ter uma visão do belíssimo conjunto arquitetônico e do belo jardim de inspiração francesa no do Palais de Versailles e também observar o alegre vaivém do pessoal.
Há que se dar um voto de louvor aos governadores Aécio e Anastasia pela ideia de iniciarem na Praça um circuito cultural composto de museus, como o das Minas e do Metal, do moderno Planetário, além de transformar os prédios das antigas Secretarias em excelentes registros históricos como o Memorial de Minas Gerais e o do Brasil. No entorno, ainda, o Centro de Cultura Popular à Rua Gonçalves Dias e o tradicional Museu Mineiro, na Av. João Pinheiro. Trata-se de uma grandiosa exposição aberta para o povo mineiro conhecer, culminando com uma visita ao Palácio da Liberdade, joia da arquitetura do início do século XX e um magnífico exemplo de conservação e apreço por obra de tal importância histórica. Realmente, é um passeio muito agradável e instrutivo.
Entre um passante e outro, encontro-me com o arquiteto Júlio Cesar e sua mulher. Ele costuma andar por ali aos domingos para desenhar cenas do movimento e figuras de destaque, pois ele é um excelente retratista.
Conversa vai, conversa vem, emprestou-me seu livro Eultreja, que relata uma peregrinação que fez pelo Caminho de Santiago de Compostela, onde registrou, com desenhos magistrais, os diversos pontos de destaque na aventura.
Folheamos com prazer o livro e conversamos sobre esses inesquecíveis episódios de nossas vidas, marcadas pela ânsia do conhecimento e curiosidade insaciável.
Foi um domingo pleno de saúde e de alegrias. Vou repeti-lo.
Belo Horizonte, maio/2013.

FRASES, PENSAMENTOS E AFORISMOS
Nunca vi uma boa amizade nascer numa leiteria. Vinícius de Morais



sábado, 18 de maio de 2013

ACIDENTES DE PERCURSO
Fui ao Rio na segunda-feira para requerer um Visto no Consulado Americano, especial para viajantes em programas culturais, pois estava programado para embarcar no dia 21 de maio para o Partners Meeting dos Companheiros das Américas em Greeley, no Colorado, EUA.
Visto aprovado, sentei-me para umas cervejas no Aeroporto Santos Dumont.  Meu  voo para Belo Horizonte era o de 19:55. A bordo e durante o rápido percurso, senti uma indisposição abdominal que me deixou tão cabreiro e no dia seguinte já estava na sala de espera do meu urologista.  O exame identificou um bloqueio na uretra e exigia uma cirurgia de emergência, então agendada para a quarta-feira pela manhã, no Hospital Maternidade Octaviano Neves.
Éramos três na sala de espera, já paramentados para as respectivas intervenções cirúrgicas: o Ângelo, que seria submetido a uma cirurgia da retirada de um rim; o Fausto que estaria colhendo material para uma biópsia, e eu para uma RTU – Raspagem Trans Uretral da próstata. No tempo em que ficamos naquela expectativa constatamos, abismados, o nascimento de nove belo-horizontinos  - incluídos os gêmeos -, que chegaram no período compreendido entre  oito horas e meio-dia e meia,  hora em que fomos conduzidos para o Bloco Cirúrgico. Eis uma das razões para que o trânsito da Capital não saia nunca do verdadeiro caos.
Duas horas e meia de cirurgia - uma eternidade! Na sala de recuperação encontrei-me de novo com o Ângelo e, mais um pouco, estávamos hospedados no quarto-enfermaria B1/B2 do terceiro andar. Foi uma boa convivência de dois dias também com o Frederico, meu filho e meu acompanhante. Se não sabiam, os sexagenários têm direito a acompanhantes, mesmo internados na “enfermaria” dos planos de saúde (serviço de utilidade pública).
Com uma sonda na bexiga, recebi alta na sexta-feira e despedi-me do Ângelo e da esposa Vanessa, na porta do Hospital, depois de saber que, curiosamente, o casal morava num apartamento no Parque Boa Esperança, loteamento lançado pela família do meu sogro em Santa Luzia.  Outra coincidência foi que a Vanessa havia feito aulas de natação na piscina da casa de campo que eu havia construído naquela cidade e vendi para o marido da professora de natação dela. Ô mundo pequeno!
O competente médico recomendou que eu não ficasse sozinho. Assim, aceitei o convite do Frederico para hospedar-me com ele, Adriana e Iara. Foi ótimo, pois carregando uma bolsa teria sido muito difícil desempenhar-me de todos os afazeres domésticos. Na Toca, minha infraestrutura abriga com conforto uma pessoa normal, mas... com sacolinha!...
Só saíamos da mesa para Adriana trocar os pratos e talheres. Conheçam o cardápio: sexta, frango ao curry; sábado, paella valenciana; e domingo, charuto árabe. Não podia ser melhor e nos distraímos muito com as conversas à mesa e com o humor constante do Zé Capeta, pai da Adriana. Ele até chegou a apelidar minha sacola como se fosse um cachorrinho educado, pois eu poderia dar voltas no bairro “sem que ele precisasse fazer cocô ou xixi no passeio”. Foi muito divertido.
Por estas e outras adiei minha viagem ao Colorado para o outono, pois não quis levar para passear o educado cachorrinho brasileiro pelas ruas limpíssimas de Denver e Greeley.
Belo Horizonte, maio/2013
Hoje, 18 de maio de 2013, dez dias da operação, acordei uma bala. Tem gente que gosta de se sentir vítima, sofredor, etc., eu não. Vou acabar com esta cara de operado, vou cortar o cabelo, tomar um banho legítimo, e me perfumar até a alma. Com Eau de toilette Armani, é lógico. Graças, estou vivo!!!!! E já na Toca, que o Pedro chama carinhosamente de “guarda-volumes”.

FRASES, PENSAMENTOS E AFORISMOS

O humor não é um estado de espírito, mas uma visão da vida.

Ludwig Josef Johann Wittgenstein (1899-1951)