ALDEIA GLOBAL
No princípio foi um susto. Depois, fui me acostumando e comecei a
vasculhar nas minhas coisas para ver se encontrava algo relacionado àquela
época e que pudesse reavivar as adoráveis lembranças de uma viagem aos Estados
Unidos, em 1965, patrocinada pelo programa Experiment
in International Living.O programa oferecia passagens de ida e volta e estadia em casas de família, cujo titular, profissional estabelecido, abria uma vaga no seu escritório/consultório para o estudante que se classificasse, a fim de cumprir um estágio que seria validado como regulamentar para o encerramento do curso. As vagas, oito, eram abertas somente para estudantes que estivessem cursando o último ano em suas faculdades e, naquele ano, eram oferecidas, somente, para o estado de São Paulo.
Preparei-me para a entrevista, que seria realizada nas dependências de um curso de inglês,
Em janeiro de 1965, viajamos para Highland Park, cidade da Região Metropolitana de Chicago, Ill, nos Estados Unidos, onde fomos recebidos no aeroporto pelas famílias que nos acolheriam.
Ainda faziam parte do grupo cinco estudantes de outras escolas paulistas, sob o comando do também estudante Renato Craide Cury, escolhido devido à sua vasta experiência em intercâmbios estudantis como líder de grupos.
Na pequena cidade viramos a atração da temporada e nos enturmamos com os estudantes locais - alguns filhos dos casais onde estávamos hospedados - e fomos formando um grupo que se encontrava para diversos programas em Chicago: churrascos, passeios e atrações como teatro, cinema, música, galerias etc.
Quanto ao susto, refiro-me à aparição no Facebook de uma amiga daquele tempo, Judith Koenigsberg - a Judy, da qual não tinha notícia há 48 anos -, solicitando minha amizade.
Foi uma surpresa e tanto e aqui vale uma divagação! O mundo virou mesmo aquela aldeia global sugerida, em 1964, pelo filósofo canadense Marshal McLuhan, no livro Understanding Media, traduzido para o português como Os meios de Comunicação. Como poderíamos supor naquela época que um de nós, quarenta e oito anos depois, através de um programa de computador, pudesse localizar alguém completamente desconhecido, digo, sem nenhuma notoriedade, no interior do Brasil, com quem nunca mais se relacionou ou teve qualquer notícia? Aquela menina, hoje uma senhora, me contou que viu minha foto no Facebook, tocando violão, e lembrou-se de mim naquela época, cantando bossa nova,
Et vive la comunication!
Belo Horizonte, dezembro 2013
FRASES, PENSAMENTOS E AFORISMOS
A vida necessita de ilusões ...Então, para viver, necessitamos da arte a cada momento.
F. Nietzche
Judith, a filha Laurie, o genro e netos.