domingo, 26 de janeiro de 2014


BRASIL 66
Ouvindo agora o antológico LP Brasil 66, veio-me a lembrança um encontro inusitado em 1965. Atravessava uma rua em New York, onde morava, quando dei de cara com uma fisionomia conhecida. Negro, magrinho, cavanhaque grisalho, semblante sonhador. Só podia ser ele: Dom Um Romão, um excelente baterista brasileiro. Ele havia sumido das rádios brasileiras e  - eu não sabia - se mandado para os Estados Unidos.
- Dom Um?! Olá, pois não – gentilmente respondeu-me e parou à minha frente.
Comentei seu sumiço e a surpresa enorme de encontrá-lo. Conversamos um pouco até que se desculpou: Como é mesmo o seu nome?”
Falei o meu nome, afirmando que o admirava muito pelas suas apresentações no Brasil, em bares e em alguns festivais de bossa nova. Enfim, eu era um fã, desconhecido dele, mas que o conhecia bem como excelente baterista, que havia tocado em ótimas bandas, com uma batida diferente, com solos bastante arrojados.
Atravessamos a rua e continuamos a conversa. Ele convidou-me para ir a um baile pré-carnavalesco, que estava sendo organizado por brasileiros no Hotel Paramount, no sábado seguinte. Aceitei o convite e, no tal dia, compareci ao Paramount para participar da festinha que, na verdade, era uma super festa, de arromba mesmo.
A colônia de brasileiros em New York era muito grande, e juntando moradores, turistas e convidados especiais, devem ter comparecido, pelo menos, umas mil pessoas. Os salões do antigo hotel ficaram superlotados. Havia um grupo de escolas de samba do Rio, uma orquestra improvisada com os músicos locais e uma gente muito doida, com fantasias variadas, como no Brasil e outros com as máscaras típicas do carnaval de Veneza. Foi uma ótima oportunidade para enturmar-me em New York. Lá estavam o Booker Pitman e a filha Eliana, que estavam se apresentando numa das casas do Village e um trio formado pelo pianista Sérgio Mendes, Dom Um Romão na bateria e Sebastião Neto, no contrabaixo. Este grupo preparava-se para cumprir extensa programação de apresentações no oeste americano, onde o trio acabou instalando-se, em Los Ângeles., gravaram, posteriormente, o LP antológico (na foto), Brasil 66, que continua fazendo sucesso até hoje.
Naquele começo do ano de 1965, a música brasileira estava começando a ser, acanhadamente apresentada pelos cantores/músicos, que haviam se apresentado com estrondoso sucesso no show do Carneggie Hall, um ano antes. João Gilberto havia iniciado uma turnê a partir de Chicago e Dorival Caymmi havia se apresentado, cantando, no programa do Andy Williams, que era a maior audiência na TV americana na época.


FRASES, PENSAMENTOS E AFORISMOS

Sonhar é acordar-se para dentro. Mário Quintana

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terça-feira, 21 de janeiro de 2014


CARROS ANTIGOS: uma paixão
Na minha última estada em Greeley, no Colorado, fui apresentado a um novo membro do Comitê dos Companheiros das Américas local, Mr. Co Van Herwaarden, de origem holandesa, radicado há muitos anos nos Estados Unidos. Na estrada de acesso à cidade, ele possui duas concessionárias: uma BMW e uma Mini Cooper - duas fábricas correlatas, pois pertencem à mesma bandeira BMW.
Naquela ocasião, o companheiro sabendo do meu gosto por carros antigos, levou-nos - ao Roger e a mim - a bordo de um BMW X1, série 2, para conhecermos sua última aquisição: um Porsche Speedster 1957, conversível, que estava num galpão,  sendo restaurado num cavalete especial por ele inventado.
Na oficina de Mr. Herwaarden, os carros são fixados pelos chassis a um eixo com uma roldana, que vai girando a comando do mecânico/restaurador, que vai repassando todos os detalhes do carro: a lataria, a mecânica, a suspensão e o sistema elétrico. É uma invenção muito interessante, pois, o restaurador não precisa ficar se virando para conferir todas as partes. É o carro que gira e os profissionais vão fazendo, cada um, a sua parte. Tenho a impressão até de que é ele mesmo quem faz todos os serviços, pois adora a função.
Esse senhor - que está na foto, ao lado dos Porsches restaurados, um 1600 Super fabricado em 1963 e o Speedster que conheci no cavalete, mantém, ainda, aqui no Brasil, uma casa/fazenda em São Francisco do Sul, no Estado de Santa Catarina, aonde, todo ano, refugia-se com a família durante o rigoroso inverno coloradense. É minha intenção visitá-lo aqui, oportunamente.
A propósito do programa dos Companheiros das Américas, estamos empenhados em desenvolver um projeto para estudantes de ambos os estados – Minas Gerais/Colorado - para o intercâmbio chamado 100t Students. É uma ideia nova dos Partners para possibilitar o aperfeiçoamento dos conhecimentos sobre línguas, hábitos e costumes das duas culturas.
Agora, só para matar as saudades, aí estão, nas fotos, os carros antigos que tive.
Belo Horizonte, janeiro/2014.


terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Amanhecer de 2014, com a Serra do Curral ao fundo, em Belo Horizonte/MG

ANO NOVO/FILOSOFIA BARATA
Acompanhando hoje o programa Estúdio I, que vai ao ar todos os dias a partir das 14horas, no canal Globonews, resolvi copiar o tema oferecido para discussão nestes primeiros dias do ano novo: O que você gostaria de mudar no seu jeito de ser em 2014? Pergunta interessante, sugerindo uma autoavaliação de como fui, como sou e como gostaria de ser.
Talvez devêssemos meditar sobre isso diariamente, na hora do café da manhã. As suas atitudes durante o dia podem propiciar-lhe bons, maus ou péssimos momentos, dependendo de como estará sua disposição para tocar o dia. Não digo nem para enfrentar o dia, pois já estaria partindo de uma premissa negativa. Por que enfrentá-lo e não vivê-lo? Mas, tem muita gente que já sai de casa com essa sensação de enfrentamento: de que tudo é difícil, nada vai dar certo, o dia será árduo, mas com coragem sai assim mesmo para enfrentá-lo.
Vamos por partes, como dizem os esquartejadores:
ANSIEDADE
Qual é o seu grau de ansiedade? Uma nova missão ou nova tarefa muda o seu humor? Você fica focado no assunto até resolvê-lo ou nem dá bola?
PREGUIÇA
Como você recebe os pedidos que lhe são feitos? Você os enfrenta logo de cara e com muita vontade ou sente certa preguiça antes de começar a atendê-los?  
TOLERÂNCIA
Você é tolerante ou se irrita com as pessoas?  Os mais velhos o incomodam? As filas o chateiam? O trânsito lhe é insuportável?
PACIÊNCIA
Você sabe escutar ou fica logo esperando o final da frase? Numa missão detalhista você se concentra e a executa sem irritações ou joga tudo pelos ares e vai embora?
PROCRASTINAÇÃO
Você empurra tudo para o outro dia, pois acha que se fizer depois fará melhor?
PREOCUPAÇÃO EXAGERADA COM OS FILHOS
Você se preocupa com seus filhos durante o dia? Quer saber notícia deles a todo minuto? Vive em função deles?
AVALIAÇÃO
No final do dia, quando você chega a casa faz uma avaliação de como foram suas atitudes durante o dia?
Reclama delas?
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É lógico que não podemos nem devemos nos formular essas perguntas  diariamente, mas seria interessante se analisássemos nosso comportamento no decorrer do dia para, se necessário, modificá-lo.
Não custa nada ser feliz, desde que você queira.
Experimente.
Belo Horizonte, primeiro de janeiro/2014.

FRASES, PENSAMENTOS E AFORISMOS
A morte não significa nada para nós, justamente porque, quando estamos vivos, é a morte que não está presente; ao contrário, quando a morte está presente, nós é que não estamos. Epicuro, filósofo grego.