sábado, 30 de agosto de 2014

UM PUBLICITÁRIO NA FRANÇA
Em Paris, de tanto frequentar a Brasserie d`España, fiquei amigo do dono, Juan, um espanhol gentilíssimo, também tocador de violão, naquelas bandas conhecido como guitarra. Todas as noites revezávamos com repertórios variados, comigo levando um pouco de bossa-nova e american songs, e ele, con los acordes calientes de la canción flamenca.
Foi uma temporada ótima, pois eu morava relativamente perto, na rue Robert de Fleurs e a brasserie ficava no Boulevard Montparnasse, coisa de três quarteirões, o que evitava maiores  transtornos  na volta para casa, dependendo do estado etílico. A bebida servida era sempre o vinho e o meu, oferta da casa, descia sem reservas. O grau alcoólico de 13,5 - 14,0 era suficiente para me deixar embalado com a primeira garrafa daquele Bordeaux perfeito.
Geralmente, durante o dia fazia uma visita ao Louvre para ver uma ala ainda desconhecida ou ficava vagando pela rue de Rivoli, Place de la Concorde e Avenue des Champs Elyseés como um perfeito clochard perdido pelas ruas da encantadora cidade. Noutras tardes, depois das cansativas reuniões na Peugeot Cycles, nos arredores da cidade, sentava-me numa mesinha solta no meio dos jardins das Tulherias para tomar um dubonet, bebida típica dos vagabundos locais. 
Era curioso porque, naquele tempo, não havia internet e minha comunicação com o Ronald, meu sócio em Belo Horizonte, era feita por telefone, então caríssimo nas ligações internacionais. Ficávamos conversando como se estivéssemos passando telegramas: monossilabicamente. Quando eu precisava de uma informação mais contundente, uma orientação quanto ao andamento do negócio, ele simplesmente respondia: “Ah, Roberto, faça como você achar melhor. Ciao!”
Naquela época, a prefeitura de Paris já estava começando a oferecer o aluguel de bicicletas públicas a fim de descongestionar o pesado trânsito nas regiões centrais. Estou vendo agora, em Belo Horizonte, alguns pontos com estas bikes disponíveis. Ao lado da Toca, na Praça da Liberdade, em frente ao Xodó, já colocaram um ponto com mais de 10. E, parece, na Praça da Estação tem também um ponto.
Belo Horizonte, agosto/2014
rhbrandao@gmail.com
FRASES, PENSAMENTOS E AFORISMOS

“ Uma valsa e um vinho, sempre pedem bis ”. Johan Strauss

sábado, 23 de agosto de 2014

BELO HORIZONTE COR DE ROSA
Subi a Rua Sergipe e cheguei à Praça da Liberdade quando tive um choque visual. Todos os ipês rosa da praça estavam floridos. São uns vinte dessa árvore que ali florescem no inverno. No meu caminho em direção ao bairro Buritis, fui sendo surpreendido praticamente em cada esquina.
Acho que foi em meados do século XX que essa árvore foi plantada praticamente em cada rua do grande centro de BH. A cidade florida extemporaneamente é um presente da natureza para os nossos olhos admiradores das belas cenas.
Nessa pequena rota vi também alguns ipês amarelos, mas não tão exuberantes como os rosa.
No miolo da Avenida do Contorno e ao longo de toda a Avenida Brasil outros exemplares floridos.
Essa linda árvore perde totalmente as folhas e se apresenta como um buquê de flores, delicadamente cor de rosa, sustentadas pelos ramos escuros, dando essa sensação de um ornamento montado por mãos habilidosas e criativas.
Lembro-me de que, na varanda do apartamento da Sônia, de onde se tem uma visão deslumbrante da Serra do Curral, o Zuza comentou sobre a sugestão que gostaria de fazer ao prefeito: semear no pé da serra árvores com florescências variadas, de maneira que aquela região oferecesse uma visão colorida a cada estação do ano. A ideia é brilhante.
Que tal a sugestão, prefeito?
Belo Horizonte, agosto/2014

FRASES, PENSAMENTOS E AFORISMOS
"Toda criança é artista. O problema é como continuar a ser artista depois de crescer." Pablo Picasso





sábado, 16 de agosto de 2014

                                           Bluegrass Group
GRAND OLE OPRY
A música, minha maior paixão, sempre me persegue e com este ímã vou andando por aí atrás dela.
Chegamos a Nashville, no Tennessee, nos Estados Unidos, numa clara manhã de outono, céu azul e um friozinho civilizado de 5 graus. Uma delícia! Na ocasião, estava programado o maior evento musical do país: O Grand Ole Opry. Opry é uma corruptela da palavra ópera, para mexer com os nova-iorquinos, que, simultaneamente, recebem e apresentam uma grande companhia operística.
Em Nashville, em contraponto, o Grand Olé Opry é, por assim dizer, uma reunião de cantores e bandas - excursionando por diferentes pontos do país - que num determinado dia ali se encontram e se juntam para tocar e cantar, como se numa ópera bufa, sem enredo.
Com os ingressos oferecidos pelos Partners of the Americas, incitei os meus amigos, também apreciadores da boa música, para o evento: o Henry, a Gilda, o Risley (Rusty), a Helena e o Eduardo; pela ordem, um americano, uma equatoriana, outro americano morador da cidade, uma salvadorenha e um deputado equatoriano. Que turma!
Tomamos uns drinques no hotel e partimos para assistir ao maior show de country music, bluegrass, farmsongs e standards da maravilhosa música americana. Lá, estavam juntos - vejam só! - Earl Klug, Cat Stevens, Judy Collins, Don Williams e muitos outros dos quais nunca tinha ouvido falar.
Na volta ao hotel, fizemos our private session: eu, no violão, acompanhando os cantores Gilda e Jim, além de alguns eventuais aventureiros.
Não é à toa que o slogan de Nashville é The Music City. What a night!
Belo Horizonte, agosto/2014
rhbrandao@gmail.com
FRASES, PENSAMENTOS E AFORISMOS
As saias sobem e descem, as pernas ficam. Bete Davis 


domingo, 10 de agosto de 2014



OVNIS?
Domingo passado, dia 3 de agosto, toquei a campainha na casa da tia Marina e fiquei olhando para o céu, como sempre faço. De brigadeiro, como dizem. Azulíssimo, nenhuma nuvem e nem os aviões de carreira na rota do Rio e de Vitória.  Reparo então numa elipse branca, chatinha, muito veloz, na mesma direção. Será um OVNI?
Fui acompanhando a branquinha quando atrás dela surge outra elipse amarela, cor de ouro, cintilante no espaço. Um pouco mais veloz, como em perseguição à branca.
Felizmente, a Jandira, naquela marcha octogenária, demorou a abrir o portão, e ainda pude seguir as duas naves até que se acoplaram. Só pode ser acoplamento porque a branquinha sumiu dentro da amarela, que a engoliu.
Também engoli seco quando a Jandira me perguntou: Porque cê tá assustado, Roberto?Cê tá cuma cara de quem viu fantasma - ela falou.
Ainda na direção do Rio, vi a bola maior, a amarela, sumir atrás da Serra do Curral. Fiquei curioso e liguei para o meu orientador a respeito de objetos voadores não identificados, o Zuza, que não atendeu o celular.
Fechando o cadeado do portão fiquei cabreiro e na expectativa de ver a notícia no “Fantástico” e nos jornais do dia seguinte, que não trataram do assunto. Um mistério nos céus de Belo Horizonte.
Pensei, depois, que o amarelinho poderia ser um tucano contratado pelo Aécio para sua propaganda política, engolindo a concorrência de uma vez por todas. Seria muito bom!
Belo Horizonte, 9/agosto/2014.

FRASES, PENSAMENTOS E AFORISMOS

"O homem pode acreditar no impossível, mas nunca acreditar no improvável". Oscar Wilde (1854-1900)

domingo, 3 de agosto de 2014

Steel Band Rainbow Pans based in Newcastle
STEEL BAND IN TRINIDAD&TOBAGO
Tomava um drink no bar do hotel com minha amiga Arelis, da Nicarágua,
quando fui incitado pelos colegas a pegar o violão e juntar-me a uma steel band,  que se organizava nos jardins do hotel para uma apresentação na festa de encerramento do seminário de ex-Kellogg Fellows, organizado em Trinidad&Tobago, no Caribe.
Arelis falou: No debes, Roberto. La guitarra vá a sumir. Las bandas tocan muy alto. Não dei ouvidos, botei o violão no ombro e descemos para o gramado, onde as mesas estavam sendo montadas para a festa.
No final do jardim, estavam os músicos sentados na grama com suas roupas brancas e seus tambores brilhantes. Talvez, fossem uns cinquenta. Descobri um com cara de maestro e fui apresentar-me a ele: Please, Mr., someone asked me to join you and the band with my guitar. Ele me olhou intrigado e apontou: This guitar? Assenti com a cabeça e ele, sorrindo, chamou: C`mon boys, I need just five of you. Let`s show to this gentleman how our sound likes. Which song? Um deles disse: Let`s play Marvin Gaye`s Whats going on. E, olhando pra mim, perguntou: Do you know? Falei que sim e ele comandou: Ok, come join us.
Pegou-me pelo braço e nos aproximamos dos músicos que haviam acabado de afinar os instrumentos e estavam começando a tocar. Violão em punho, tentei acompanhá-los. Montei um acorde qualquer e fui batendo nas cordas. Virou uma piada. Eu nem conseguia ouvir o que eu estava sendo tocado. Pensei comigo, Arelis tinha razão.
Nisto, surge o som distante de um trompete acompanhando o pequeno grupo. Todos os outros músicos se levantaram e montaram a mais linda e sonora steel band que jamais ouvi. Uma maravilha! O som era fantástico e contaminou o hotel, as ruas, a cidade. Os convidados da festa já vinham chegando e foram-se juntando aos hóspedes do hotel, que também haviam saído para se incorporar ao churrasco, mesmo sem convite. Era um som contagiante. Tratei de sumir com o violão e também fui juntar-me ao grupo de encantados com a banda e o trompete do nosso colega. Arelis já estava lá. Foi uma noite maravilhosa!
Belo Horizonte, agosto 2014

FRASES, PENSAMENTOS E AFORISMOS
“Uma valsa e um vinho, sempre pedem bis”. Johan Strauss