TAIGUARA, UM CRAQUE
Por ocasião das homenagens que alguns veículos de comunicação vêm
prestando ao poeta, compositor, violonista e cantor Taiguara, resolvi registrar
sobre o dia em que nos conhecemos.
Estava eu em Araraquara, convidado pela Faculdade de Filosofia,
para participar de um festival de música popular, como eram chamados à época
esses encontros de músicos para uma apresentação em teatros, auditórios,
estádios e outros locais de shows. Eu estava acompanhado por dois amigos de
Ribeirão Preto, o Marquinhos e o João Stamato. Iríamos cantar algumas canções
em três vozes e eu faria algumas músicas com solo de violão e voz.
Hospedaram-nos numa pensão bem no centro da cidade, a alguns quarteirões do
Teatro Municipal, onde seria levado o festival. Acomodamo-nos e fomos logo
buscar umas cervejas para fazer uma boquinha até a hora do show. Nisto, a
organizadora do evento nos avisa que viriam mais uns rapazes de São Paulo e que
ficariam conosco na mesma pensão. Ótimo! pensamos.
Os três rapazes chegaram no ônibus das 17 horas da Viação Cometa e
se apresentaram de violões em punho: Eu sou o Chico; este, o Toquinho, e
aquele, o Taiguara. Corremos ao bar e renovamos nosso pedido: “Três engradados
de cerveja, por favor.”
Dali, firmamos uma bela confraternização, comentando sobre o que
cada um apresentaria. O Chico disse que mostraria uma música inédita, João XXIII, em homenagem ao Papa da
época; A Banda e Pedro Pedreiro. O Toquinho iria solar no violão músicas de
compositores clássicos brasileiros como Paulinho Nogueira, Ari Barroso, Noel
Rosa e outros famosos. E o atual homenageado, o Taiguara, muito espontâneo,
pegou o violão e começou a cantar No
universo do teu corpo, Hoje, Paz do
meu amor, Helena, Helena, Helena e outra que cantamos juntos durante horas,
até o momento de sairmos para o show: a desconhecida Vai, negão, que provavelmente nunca foi gravada nem por ele nem por
ninguém.
Não sei se o título da música seria realmente esse, mas era o
refrão que cantávamos sem parar: Vai
negão, sambando pela rua de copo na mão, sem parar. E a música é uma
delícia! Ficamos contaminados antes, durante e depois do festival, quando
voltamos à pensão e cantamos sem parar até a hora de embarcar para nossas
cidades, na pequena estação rodoviária de Araraquara. Foi um acontecimento. Obrigado,
mestre Taiguara!
Belo Horizonte, abril/2015.
FRASES, PENSAMENTOS E AFORISMOS
Não tem nada mais importante
do que a mulher. O resto é bobagem. Oscar
Niemeyer