sábado, 26 de setembro de 2015

BENDITO AUTÓGRAFO
Andava meio perdido numa rua em Washington/DC, nos Estados Unidos, violão nas costas, quando vi um letreiro na porta da boate Rainbow Grill, que dizia: Tonight Charlie Bird from 9 to 12. Free entrance.
Uau! pensei - Ele é um dos maiores violonistas do mundo! Não perco essa, por nada. Na verdade, lá no Tio Sam eles chamam esses violonistas de guitar players. Questão da língua. Guitar em inglês é o nosso violão e todas as outras variações de violões elétricos. Mas eu sabia que Mr. Bird tocava violão com cordas de nylon, como o que eu levava  nas minhas costas, brasileiríssimo, feito sob encomenda à Giannini pelo Cantinho da Música, loja especializada em Ribeirão Preto/SP.
Cheguei ao apartamento, que havíamos alugado num bairro simples da cidade, e falei aos meus amigos: Para hoje, temos programa. Vamos ouvir o maior violonista americano de jazz no momento, vocês topam? Mas, quanto custa? perguntaram; pois vivíamos numa dureza danada. Gritei pra eles: Entrada free!
Às oito e meia, estávamos à porta da boate, quando recomendei aos meus amigos, por favor, não falem que eu toco violão; viemos aqui para ouvir o mestre, ok? Todos concordaram e entramos. O Rainbow Grill era uma boate simples, de jazzistas, portanto, somente para apreciadores da boa música, que se supunha, seriam ouvintes comportados e silenciosos a cada música apresentada.
Mas, alguns whiskies depois, o Manoel levantou-se e, apontando para mim falou: Mr. Bird, our friend here is a brazilian guitar player. Fiz aquela cara de imbecil e aquiesci com a cabeça. Mr. Bird levantou-se e me convidou a acompanhá-lo até a cozinha; ele, com o violão na mão: Which songs do you playPlease do it. Encabulado, peguei o violão e toquei algumas canções em solo: Berimbau, Canto de Ossanha, O Astronauta, do Baden e do Vinícius, e Garota de Ipanema, do Tom Jobim/Vinícius, que faziam parte do meu melhor repertório. Eram as canções brasileiras do momento, nos Estados Unidos. Mr. Bird sorriu e disse: I`ll have a break now, could you please go back to the stage and play some?
Resultado: toquei por meia hora, quando então Mr. Bird voltou empunhando  um outro violão e improvisamos uma dupla até à meia-noite, com bateria e baixo nos acompanhando.
Foi, para mim, uma noite de glória total, pois, conservo até hoje o autógrafo de Mr. Bird com os seguintes dizeres: Thanks Roberto for your music.
Belo Horizonte, setembro/2015.
FRASES, PENSAMENTOS E AFORISMOS

“Tudo que não puder contar como fez, não faça.” Immanuel Kant

sábado, 19 de setembro de 2015

AUTOGRAFANDO NA PRAÇA
No domingo, dia 13/09, na Praça Duque de Caxias, em Santa Teresa, foi lançado o livro LER É BRINCAR, do projeto Livro de Graça na Praça, do qual participei na edição infanto-juvenil junto com outros 24 autores, com uma crônica sobre episódio ocorrido na minha casa, que chamei de “Uma calopsita apaixonada”.
Ainda, na ocasião, foi lançado o livro “DITADOS, PROVÉRBIOS E DITOS POPULARES - Em prosa e verso”, este dirigido ao público adulto, que contou com a colaboração de vinte e oito autores.
Mais uma vez, o sucesso foi absoluto, com o comparecimento de mais de 15.000 pessoas, segundo dados da Polícia Militar, e para minha satisfação autografei mais de 200 livros para a criançada.
O programa LGP registra uma estatística formidável, com a distribuição de mais de 100.000 exemplares ao longo dos 13 últimos lançamentos. É um número excepcional, pois nos conforta saber que, nesse tempo, possibilitamos encaminhar para o bom hábito da leitura um contingente tão expressivo de crianças, jovens e adultos.
Meus parabéns aos promotores e organizadores do LPG. Sinto-me orgulhoso de participar do programa.
E vamos em frente, espalhando cultura.
Belo Horizonte, setembro/2015
FRASES, PENSAMENTOS E AFORISMOS
Si nada nos salva de la muerte, que el amor nos salve de la vida. Pablo Neruda












terça-feira, 15 de setembro de 2015

                                     Foto Google
AS FANFARRAS
Hoje cedo fui buscar meus remédios (pressão, ansiolíticos, etc.) na “Farmácia Popular” da Araújo, na Av. Brasil, e topei com uma fanfarra ensaiando. Era regida por um oficial da Polícia Militar e os meninos e meninas, com um uniforme que parecia de escola pública.
Viajei no tempo e fui à década de 1950, quando desfilava em São Paulo na fanfarra do Ginásio Castro Alves, pelas ruas do bairro de Pinheiros, onde morávamos.  Que lembrança adorável!
Nosso uniforme era de calças azul marinho e um moletom branco, tendo bordado Castro Alves, em azul, no peito. Lá, a garoa nos castigava no inverno e esses ensaios começavam nas férias de julho, indo culminar no desfile de sete de setembro, na semana da independência.
Nossa marcha subia pela Rua Teodoro Sampaio até a Av. Dr. Arnaldo, na descida da Av. Pacaembu, onde, no estádio, daríamos uma volta triunfal entre tropas do Exército, Marinha e Aeronáutica e outros colégios dos bairros vizinhos.
Era apoteótico para nós, meninos e meninas com seus tambores, caixas, taróis, clarins e tubas, orgulhosamente, tocando o Hino Nacional e outros lindos hinos das três forças armadas. .
Enchíamos-nos de orgulho à entrada no imenso pórtico do Estádio Pacaembu para a volta pela quadra olímpica, cantando o Hino Nacional.
Cheguei a chorar de emoção em algumas das quatro vezes que desfilei. Naquela época, o ginásio era feito em quatro anos, e o científico/clássico, em mais três, antes de nos habilitarmos a prestar o vestibular,
Desfilei por dois anos tocando tarol e por mais dois tocando clarim, feito um que, orgulhosamente, está dependurado numa estante da Toca.
Belo Horizonte, setembro/2015.
FRASES, PENSAMENTOS E AFORISMOS
“A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos.” Charles Chaplin