sexta-feira, 24 de junho de 2016

HISTÓRIAS ESPORTIVAS
Numa conversa domingueira com meu primo Maurício e embalados pela vitória do América durante a semana, começamos a relatar um para o outro, nossas experiências esportivas, ele, como jogador de futebol do América e eu, como jogador de basquete do Ginásio Castro Alves, como sócio-atleta do Clube Pinheiros e como fundador/jogador do Ocara Basquete Clube, durante a década de 1950 na capital de São Paulo.
Éramos cinco amigos e colegas tão fanáticos que jogávamos todos os dias da semana no Ginásio e no Clube e nos fins de semana contra os times da periferia da cidade. Esta é a fase mais divertida da história.
O Jalil e o Pega-Balão, ala e pivô, o Cláudio, o Pick e eu como armadores, formávamos uma equipe bem competitiva para os torneios amadores que corriam pela cidade à época e nos metíamos em tudo.
Durante os jogos da semana no Ginásio e no Clube, os jogos eram normais, digo, ocorriam sem qualquer novidade, mas, nos fins de semana, em diferentes bairros, a coisa fervia.
É simples. Quando chegam novatos no bairro, todo mundo fica de orelha em pé. E conosco não era diferente. Os cinco forasteiros, caras novas na praça, bonitões e sarados, a meninada ficava assanhada. Algumas vezes ganhávamos o jogo e perdíamos no braço, noutras, perdíamos no jogo e no braço, enfim, nunca conseguimos vitórias completas.
E a nossa turma tinha alguns truques. A linha de frente, tanto no jogo como na briga, era formada pelos pivôs, Jalil, 1,85 m e Pega-Balão, 1,90 m, que recebiam a turba revoltada de frente. Aguardavam os ciumentos olhando de frente e de cima, naquele tempo eles eram muito altos, com o olhar fixado nos incautos, deferiam-lhes uma cabeçada no alto do nariz que derrubava qualquer touro. Nariz quebrado é tombo certo.
E nós, baixinhos com menos de 1,80 m, atacávamos o restante dos valentes com pontapés, socos e chutes até nocauteá-los para conseguirmos fugir. Fugir mesmo, é lógico, senão, seríamos massacrados. Foi uma época gloriosa!
Na próxima, as histórias do Maurício nos campos de futebol e as histórias são diferentes.
Aguardem! 
(Foto Google)
FRASES, PENSAMENTOS E AFORISMOS

Mulheres são como saquinhos de chá. Você nunca sabe o quanto elas são fortes até colocá-las na água quente. Eleanor Roosevelt

domingo, 19 de junho de 2016


ASSALTO ÁS VIÚVAS
Mãe e filha decidiram morar juntas e separadas, quando ficaram viúvas num intervalo de apenas dois meses. Venderam suas casas e encontraram um prédio onde a filha ficou no segundo andar e a mãe no décimo, a fim de manter uma convivência pacífica onde uma não teria a chance de interferir na vida da outra. A filha com 70 e a mãe com 92 anos.
Assim, cada uma decorou o apartamento a seu gosto. Uma, mais cuidadosa, optou por cortinas bem cortadas de meia janela, piso de tabuado corrido gasto, aparadores e cômodas antigas, fogão a lenha, enfim, móveis com muita personalidade e bom gosto. A outra, mais informal, preferiu as persianas verticais, móveis de vidro e metal, piso cerâmico, cozinha moderna com fogões elétrico e a gás, micro-ondas, processadores, trituradores de pia, enfim, “um barato!”, como ela mesma dizia.
Eis que certo dia o porteiro do prédio é surpreendido por uma visita inesperada: “Me leve até o apartamento do morador mais rico do prédio”, rosnou o visitante, apontando imediatamente o revólver para a cabeça dele. Morto de medo, o porteiro levou o assaltante até o apartamento da filha e falou. “Dona Maria, este senhor quer fazer uma visita à senhora, podemos entrar?” “Lógico, puxem a cadeira, sentem-se, por favor”. Só aí ela percebeu o revólver na cabeça do porteiro. Assustada, perguntou, “O quê é que o senhor quer aqui?”Quero tudo minha senhora, vá passando os dólares, joias, tudo o que a senhora tem”. Apavorada, ela respondeu: “Eu não tenho nada aqui, não senhor, tudo que temos está no cofre da casa da minha mãe. “Num tem pobrema, senhora, onde ela mora?” “É aqui mesmo, no décimo andar.”
Subiram e ela falou para a mãe – “Este senhor, mamãe, veio fazer uma avaliação daquelas joias que você tem no cofre e vai conferir o que declaramos em dinheiro para o Imposto de Renda. Por favor, abra o cofre e fique tranquila.”
Aí, o ladrão falou: “Tranquila nada, senhora, eu sou ladrão e quero levar tudo que a senhora tem aí. Vá abrindo logo o cofre e me entrega tudo, senão, mato todo mundo.”
Pano rápido: Fato ocorrido com as amigas de uma amiga que, naturalmente, tiveram um enorme prejuízo.
FRASES, PENSAMENTOS E AFORISMOS

“Eu só sei que nada sei.” Sócrates
(Foto Google) 

segunda-feira, 13 de junho de 2016



VIAJANTE DISPLICENTE
Vai chegando o inverno e me lembro de uma bobeira que dei numa de minhas viagens. Sempre fui chato com minhas roupas, desde quando mamãe costurava minhas camisas. Sentava-me ao lado dela na máquina de costura velha que havia herdado da mãe, vovó Augusta, e ficava dando palpites: a gola tem que ser assim, as mangas podem ser mais compridas, quero dobrá-las até os cotovelos, os botões que gosto são os de quatro furos e assim por diante. Um chato piruando no ouvido dela até que a camisa ficasse pronta. Coitadinha, ela ria e confirmava: você é um chato mesmo, Roberto, mas gosto de costurar pra você. Você sabe o que quer!
Ríamos muito e eu saía na mesma hora com a camisa nova, achando que estava abafando. Um chato vaidoso!
Voltando ao início da prosa do inverno: eu estava em Paris e no último dia resolvi comprar um paletó de couro preto com bolsos, gola e punhos pespontados. O modelo estava na minha cabeça e mamãe estava longe para me atender. Meti-me num táxi e pedi ao motorista para me levar a uma loja de roupas de couro, antes de embarcar. Biensur monsieur, je connais tout.
Na primeira, nada do paletó imaginado; na segunda, na décima até que,  já a caminho do aeroporto, achamos mais uma loja, e foi onde encontrei a “raridade”: napa preta, botões de osso com quatro furos, golas pespontadas e tudo mais. Fiquei radiante! Vesti o bacana, na hora, enfiando logo num dos bolsos dois magazines (pentes de balas) de uma PPK, que o papai havia me encomendado. Enfim, chegamos ao Aeroporto Charles De Gaulle, agradeci ao taxista pela paciência (os franceses geralmente não têm nenhuma) e fui embarcar.
Como já estava muito empacotado, camisas, blusas, capa, etc. - o frio era de 10º. C -, tirei o paletó maravilhoso e aí, burro ou displicente, o enfiei na bagagem de mão, despachando-a com a minha mala.
Depois de vários whiskies, vinhos e um lauto jantar, acordei meio ressaqueado para desembarcar no Galeão. Zonzo, cheguei à esteira de bagagens e vi a minha mala e, junto, a sacolinha, que havia despachado em Paris quase estufando, agora estava murcha. Desapontado, imaginei a cena: o carregador de bagagens percebendo a gordura da sacolinha pensou, deve ter coisa boa aí. Destrancada, foi fácil tirar o maravilhoso paletó, vesti-lo e desfilar poderoso pelos salões do Galeão.
Fica a advertência: nunca despache malas/sacolas sem trancas ou cadeados, elas sempre voltam vazias. (Foto Google)

FRASES, PENSAMENTOS E AFORISMOS 
“A valsa e o vinho sempre pedem bis.” Joahann  Strauss (1825-1899)

segunda-feira, 6 de junho de 2016

A PAULISTA DA MINHA VIDA
Resolvi destacar, dentre tantas, a Paulista que foi a mais importante da minha vida.
No final do ano de 1949, mudamo-nos para São Paulo, papai nomeado professor Assistente da Cadeira de Microbiologia da Faculdade de Higiene e Saúde Pública da Universidade de São Paulo – USP.
Avesso às buscas para encontrar o melhor lugar para morar - ele não tinha a menor paciência - teve a sorte de encontrar-se com o Sr. Natalino, construtor que estava prestes a colocar, para locação, um prédio de apartamentos que havia construído na Rua Teodoro Sampaio, a um quarteirão da Faculdade. Sorte dele, quando alugou o apartamento 2, com sala, dois quartos, banheiro e cozinha, do prédio número 316, da Teodoro. Sorte dele e nossa - da minha irmã Lúcia e minha -, pois fomos morar num ponto onde fizemos parte de uma das mais unidas, fraternas, alegres e felizes turmas das nossas vidas: a turma da Arruda Alvim.
E as paulistas começaram a aparecer na minha vida! Muitas. Cada uma com o seu jeito próprio de ser, porém, uma delas se destacava. Ela era a mais clara, bem iluminada e interessante de todas: a Avenida Paulista.
Os bondes que por ela corriam nos levavam para uma volta no tempo. De um lado, as exuberantes casas dos “barões do café”; do outro, num frenesi, inúmeros prédios sendo construídos para abrigar escritórios, lojas e espaços das mais importantes indústrias e empresas do país.  
Naquela linha de bondes - os famosos camarões vermelhos da CMTC que a cortavam da Consolação até o Paraíso -, viajávamos muitas vezes, descendo no Trianon, para admirar o belíssimo parque da preservada Mata Atlântica, ou no Belvedere, para acompanhar e admirar a construção dos túneis que a cortariam por baixo na Avenida Nove de Julho.
De um lado da Paulista, a burguesia, dos ricos bairros dos Jardins, e do outro era só o centro da cidade.
Com a inauguração do MASP, em 1951, centro de várias manifestações políticas, culturais e sociais, tivemos a chance de conhecer um dos mais importantes acervos da arte das Américas, disponibilizado por Assis Chateaubriand.  
Enfim, era a Paulista que nascia para ser a mais importante da minha vida e, tenho certeza, de todos nós da turma da Arruda Alvim. Nela, desfilamos nossa juventude com namoradas, amantes e amigos, todos vivendo naquele clima de crescimento inédito de São Paulo.
Naquele momento, a cidade estava saindo do status de grande metrópole provinciana para uma mega sede da fortuna dos barões do café e dos imigrantes que por ali haviam se instalado para formar o maior comércio, o maior centro industrial e o mais forte catalisador de negócios da América Latina.
Lembro-me do Clube Homs, de tantos bailes de formatura, do cine Ritz, na esquina da Consolação, da inauguração do Conjunto Nacional, o maior centro comercial do Brasil e da Sears Roebuck, na entrada do bairro Paraíso.
Te amo, Paulista, você está no meu coração para sempre!
Em 04 de junho de 2016.
FRASES, PENSAMENTOS E AFORISMOS
A propósito da paulicéia:
“Paciência é como dinheiro, difícil de conquistar e fácil de perder.”Anônimo