OUTONO EM DENVER, NO
COLORADO
A propósito, como hoje, eu estava só, num domingo outonal de
Denver, nos Estados Unidos. Fora do seu país de origem esse é um dia sempre
chato e cansativo, mesmo estando numa cidade que se conhece bem. Mas sem nada o
que fazer na cidade deserta.
Também lá as pessoas se mandam para suas casas de campo ou vão
visitar os filhos e parentes em outros lugares. É o programa de fim de semana.
E você, sozinho, fica meio perdido.
Assim, enquanto tomava um breakfast reforçado, vi anunciada no
jornal uma apresentação do velho e fabuloso Willie Nelson, cantor e compositor
de música country, escritor, ator, poeta e ativista americano, que foi
considerado o 77º melhor guitarrista de todos os tempos, pela revista
norte-americana Rolling Stone.
Pronto, ganhei o dia. O show seria à tarde, no Red Rocks, um anfiteatro no sopé
das Montanhas Rochosas, com transporte incluído no ingresso.
Como em New York ,
Denver também tem um TKTS Downtown, onde
vendem ingressos para todas as atrações culturais em apresentação na cidade.
Comprei o meu, almocei numa cafeteria por ali mesmo e fui para a Larimer
Street, onde se pegava o ônibus. Tive vontade de parafrasear o Simon, quando no
show do Central Park: what a day!!
Viagem curta de meia-hora. O lugar estava estufado de gente e era
belíssimo: um anfiteatro grego esculpido na encosta dos montes de terra
vermelha, com o palco no centro, no piso inferior, circundado pelas
arquibancadas.
Era um dia frio de outono de céu límpido e azul; uma maravilha!
Acomodei-me num dos andares bem próximo ao palco. Apesar da terra vermelha,
você não se suja quando assenta. Não precisa levar jornal, lenço ou qualquer
protetor, pois a terra é seca como se fosse um mármore ou um granito.
Sobre o show, vou falar pouco, pois foi indescritível. O velho
corria por todo o palco, ao ritmo de sua música contagiante. Acompanhado por
uma banda grande, com muitos instrumentos típicos das country songs, com banjos, gaitas, flautas, violões e guitarras.
Formidável!
Assim, passei um domingo de outono agradabilíssimo no estrangeiro,
quando não havia qualquer perspectiva. Thanks, Mr. Nelson!
Belo Horizonte, abril/2014
"Quando
recupero a razão, enlouqueço."
Julio Ramón Ribeyro
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