terça-feira, 29 de julho de 2014

DUNNS RIVER FALLS, JAMAICA
Depois de um formidável breakfast, preparamo-nos para uma visita ao chamado Dunns River Falls, ponto turístico em Ocho Rios, cidade localizada ao norte da ilha da Jamaica, onde os turistas se metem rio acima, enfrentando uma corredeira cheia obstáculos e dificuldades, como pedras, árvores, galhos e muitas vezes um turista enrolado pela água, descendo rio abaixo. É um fenômeno curioso aonde os turistas, geralmente em fila, sobem o rio em direção à sua foz contra uma correnteza fortíssima.
Geralmente não encaro essas aventuras turísticas, pois sou complicado, uso lentes de contato, não sou corajoso para enfrentar a natureza, enfim, sou um observador e não um aventureiro. Mas, como não queria desapontar meus companheiros, animadíssimos para a prova, tirei a bermuda e os tênis e, de sunga, entrei na água. Minha valentia foi efêmera. Não andei dez metros na corredeira e já me safei com a Margarita, minha colega de El Salvador, para um barzinho estrategicamente montado para atrair os mais covardes. Ofereciam cervejas geladas e uns tira-gostos, que me pareceram de pimentões fritos devido às cores: eram vermelhos, verdes, amarelos e bem crocantes.
Daquele mirante privilegiado, ficamos contando os tombos e cambalhotas dos nossos amigos. Uma orgia de acidentes e alguns até com ferimentos mais graves. Vimos um turista todo ensanguentado sendo socorrido pelos enfermeiros de plantão. Ele havia ralado as costas nas pedras como se fosse um queijo parmesão. A aventura rio acima leva uns quarenta minutos e ficamos por ali esperando nossos colegas, que chegaram contando as dificuldades de cada um.
Pensei comigo: como trocar umas cervejas geladas e um papo tão agradável por uma ralação dessas?
Belo Horizonte, julho/2014.
rhbrandão@gmail.com
FRASES, PENSAMENTOS E AFORISMOS

“A vida é um espetáculo belíssimo.” Ariano Suassuna (1927-2014)

sábado, 19 de julho de 2014

                                          Foto google
FINS DE TARDE MELANCÓLICOS
Chegando à EPAMIG, pela manhã, deparei-me com uma cena inusitada: um suposto casal de tucanos, sobrevoando, lado a lado, o Parque da Matinha, nosso vizinho. A cena lembrou-me uma reportagem recente sobre a agressão que as árvores de rua vêm sofrendo nas grandes cidades. 
Recentemente, fizeram uma poda radical nos belíssimos ficus australianos da Av. Bernardo Monteiro, aqui em Belo Horizonte, visando o combate a um inseto - tipo "praga" -, que vinha destruindo suas copas. Ora, será que a ciência insetívora ainda não conseguiu um remédio para liquidar essa peste sem ter que decepar as pacientes? Das super árvores restaram somente seus imensos troncos com poucos galhos desprovidos de folhas e ramos. Uma lástima!
Quando menino, eu morava ali perto e a Av. Bernardo Monteiro já exibia suas maravilhosas árvores, que sombreavam nossas brincadeiras. O jardim de terra batida do seu entorno transformava-se ora em campo de bente-altas, para as disputas com as bolas feitas com as meias de nylon da tia Marina, ora abrigava nossas disputas de finca, com as facas de cozinha da vovó. Servia ainda de tabuleiro para os buracos do jogo de gude, com as bolinhas de vidro que o tio Tonico comprava no Mercado Central. Aquelas árvores serviam também de esconderijo, atrás de seus enormes troncos para as brincadeiras de pique e esconde-esconde, nos anos 1940, quando os bondes abertos cruzavam os precários corredores dos bairros Serra, Cruzeiro, Funcionários, Floresta e Santa Efigênia, numa cidade de, no máximo, 200.000 habitantes. Ah! E havia um bondinho também para a linha Lagoinha/Cachoeirinha, cujo ponto final era onde é hoje o Conjunto do IAPI. A Pampulha não existia.
A reportagem citada ainda registra que, com a eliminação das árvores, somem também os pássaros que delas se alimentam e é onde se abrigam.
É uma pena, pois nossos finais de tarde estão mais melancólicos sem os gorjeios dos bandos de maritacas, pardais e tico-ticos, que revoavam sobre as copas das árvores para seus abrigos noturnos.
Acredito que os tucanos talvez estivessem voando à cata das frondosas árvores da Bernardo Monteiro, pois voavam naquela direção!



FRASES, PENSAMENTOS E AFORISMOS
"O homem pode acreditar no impossível, mas nunca acreditar no improvável". Oscar Wilde (1854-1900)

domingo, 13 de julho de 2014

I LEFT MY HEART IN SAN FRANCISCO
Havia combinado com o Márcio, meu amigo e compadre, um programa bem organizado: Christmas in New York & Happy New Year in San Francisco.  Mas, não deu certo e seguimos sozinhos para São Francisco que, realmente, é a cidade mais charmosa dos Estados Unidos.
Lembro-me que a Lúcia, minha irmã, e eu, decidimos tomar umas cervejas no famoso Fisherman`s Wharf . Convidamos a Carminha para acompanhar-nos, mas ela não gostava de cerveja, mas os irmãos eram viciados. Foi um programão!
Pegamos o bonde na Market Street e descemos no meio da bagunça. De cara, encontramo-nos com uma dupla de cantores que havíamos conhecido no hotel, cantando numa esquina qualquer, já às dez horas da manhã.  Lá, é assim, qualquer hora é hora e todo mundo tem liberdade para fazer o que quiser. São Francisco é o lugar onde fica mais evidente o significado da palavra liberdade; nunca conheci outro lugar assim.
Andamos pelas ruas observando a turma: mágicos equilibrando bolas e tacos; cartomantes e ciganos lendo mãos e profetizando destinos; esportistas jogando basquete numa cesta solta no meio da rua; hippies pitando uns cigarrinhos e tocando um violão desafinado; violinistas e pianistas acomodados na carroceria de uma camionete; gente de toda cor e raça num ar impregnado de alegria e felicidade.
Estávamos hospedados num hotel escuro, pois eu havia feito a reserva no aeroporto, considerando apenas o preço e nada mais. Assim, não tinha a menor ideia sobre a localização e acabamos na "zona boêmia". Mas, nada que nos comprometesse, pois também estávamos para o que desse e viesse. O café da manhã era num bar da esquina, cheirando a cigarro e maconha, com os fregueses com cara de poucos amigos, barba crescida, mulheres super-pintadas e já bastante borradas com as roupas amarrotadas, sujas e rotas, enfim, não eram mal encarados, coitados, só estavam curtinho uma ressaca daquelas. Eu mesmo já havia passado por algumas dessas, nas noitadas sem fim em Ribeirão Preto e São Paulo.
Voltando ao nosso passeio cervejístico, sentamo-nos numa mesa de um agradável bar no Pier 39 e derrubamos muitas. Carminha até arriscou uns golinhos da gelada Budweiser.  Foi lá que conheci um publicitário, colega, cuja agência era num barco ancorado no Pier (já contei essa história noutra crônica).
Assim, neste mês de julho, cujo verão está fervendo por lá, recomendo aos meus leitores que, nos Estados Unidos, não deixem de reservar um passeio por São Francisco. Lá, é sempre uma festa!
Belo Horizonte/ julho 2014.
rhbrandao@gmail.com
FRASES, PENSAMENTOS E AFORISMOS
Aprender é a única coisa de que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende. Leonardo da Vinci




sábado, 5 de julho de 2014

Las almendras en la playa de Puerto Plata 
EL ALMENDRÓN - Fellows II
Numa praia deserta, em Puerto Plata, na República Dominicana, fui apresentado à maior castanheira que jamais vi, conhecida pelo apelido de el almendrón. A propósito, as almendras - em espanhol -, bastante frondosas e capazes de proporcionar uma sombra acolhedora, são muito comuns nas ruas de Belo Horizonte e nas praias pelo Brasil afora.
Pois bem, ali, debaixo daquela árvore enorme, junto com a minha colega Gilda, uma equatoriana de Guayaquil, fiquei imaginando sobre os países escolhidos para os próximos seminários a que iríamos comparecer. Naquela ilha caribenha, estávamos iniciando uma comunhão fraterna entre 20 profissionais latino-americanos e 20 norte-americanos, patrocinados pela Fundação Kellogg, para um programa de capacitação que objetivava a formação de líderes regionais a serviço dos Partners of the Americas.
Assim, nos três anos seguintes, tivemos a oportunidade de viver uma das melhores e mais importantes experiências de vida oferecidas a um pequeno grupo de profissionais liberais que, a cada seis meses, se reuniam para um encontro de dez dias num país qualquer da América Latina ou num estado americano ou brasileiro.
Faço questão de registrar tais acontecimentos neste blog como um relato
de minhas memórias e como um legado para os meus filhos e  netos, bem como para os leitores eventuais das minhas crônicas. Cada etapa, tenho certeza, foi uma nova lição de vida num país de língua e cultura diferentes ou num estado americano ou brasileiro, também diversos em hábitos e costumes de seus pares.
Conversando com familiares de alguns bolsistas do "Ciências sem Fronteira", especialmente da Europa, soube da oportunidade que eles estão tendo de conhecer outros países, o que implica também num investimento cultural e uma visão de mundo bastante significativa e de futuras contribuições para o desenvolvimento do nosso país. 
Lembrei-me de que conosco, do Fellows II, não foi diferente. No caminho para o Equador, conheci Bolívia e Peru; no caminho para Jamaica, conheci Venezuela, Panamá e Honduras; no caminho para Trinidad&Tobago, conheci Colômbia e Porto Rico; no caminho para a República Dominicana, conheci o Haiti. Aqui no Brasil, no caminho para Fortaleza, conheci João Pessoa e Natal; no caminho para Brasília, conheci Goiânia, e nos Estados Unidos, no caminho para Washington, conheci Hartford, no Connecticut e Boston, em Massachusets. Ainda, no caminho para Nashville, no Tenessee, conheci Little Rock, no Arkansas, e New Orleans, no Alabama. Assim, é só saber como aproveitar ao máximo a oportunidade no caso da bolsa formidável do “Ciências”, promovida pelo Governo Federal. Haja fôlego!
No grifo as sedes dos seminários do Kellogg Fellows II.  God bless.
Belo Horizonte, junho/2014.
rhbrandao@gmail.com
FRASES, PESAMENTOS E AFORISMOS

Um dia sem rir é um dia perdido. Abraham Lincoln