domingo, 21 de setembro de 2014

HIDRA, POROS E AEGINA
Embarcamos num navio pequeno, quase um iate, para um passeio pelas ilhas gregas de Hidra, Poros e Aegina, bem fronteiriças ao Pireu, porto de Atenas. Era uma linda manhã mediterrânea, céu azul e bem claro, poucas nuvens. A embarcação servia de transporte para os habitantes das ilhas, portanto, não era um barco turístico, e essa convivência com o povo da terra é muito interessante, mesmo que por breves momentos.
Na minha condição de estrangeiro, podia até reparar mais um pouco nas pessoas e seus hábitos, na sua maneira de ser no dia-a-dia, sem ofendê-los.
Observei que os gregos - o povão - são muito humildes em tudo; por exemplo, aqueles simples lavradores em suas pequenas propriedades, ali em Poros, uma das ilhas que, talvez, tenha um dos maiores cultivos de pistache do mundo, pois todas as árvores são desse fruto que é muito gostoso principalmente se consumido fresquinho, no pé. Lá, também devem ter o hábito de convidar os amigos e vizinhos para comer pistache no pé, como aqui em Sabará na época das jabuticabas. Será?
Já na primeira ilha, Hidra, a maior delas, muitos velhos, homens e mulheres sentados à porta de suas casas, embrulhados em colchas sobre as roupas, pois já era dezembro e o inverno havia chegado pra valer. Aquela gente ficava ali o dia inteiro desfiando terços de enormes contas e murmurando suas rezas. Só se via o movimento dos lábios e os dedos correndo pelas contas numa atitude curiosa, demonstrando fé inabalável na oração, com os olhos semicerrados. Muito esquisito! Enquanto isso, os jovens - todos pescadores, condição principal de quase toda a população mediterrânea -, lançavam suas enormes redes a poucos metros das praias de pouca areia e muita pedra, expondo logo os cardumes variados de diversas espécies de peixes, mais camarões, arraias e lagostas. Uma fartura!
Brincamos que mais tarde iríamos jantar uns daqueles, num dos restaurantes no Pireu. Passeamos por toda a ilha, subindo morros em estradas rústicas de terra e areia, observando uma gente perdida naquele fim de mundo.
Aegina, a menor das ilhas, nos proporcionou um bom almoço com moussaka e ouzo, e mais um passeio pela bela orla praieira.
Belo Horizonte, agosto/2014.

FRASES, PENSAMENTOS E AFORISMOS  
"Quando eu era um garoto de 14 anos, meu pai era tão ignorante que eu mal suportava a presença do velho. Mas, quando cheguei aos 21, fiquei espantado com o quanto ele havia aprendido em sete anos." Mark Twain 



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