terça-feira, 25 de agosto de 2015


                                         Tarde de autógrafos em 2014
LIVRO DE GRAÇA NA PRAÇA 2015
Há quatro anos e meio de sua criação - (dezembro/2010), venho registrando algumas de minhas experiências neste blog semanal, o que tem me proporcionado tantas alegrias e surpresas.
Entre as experiências agradáveis estão os convites para participar das três últimas edições infanto-juvenis realizadas pelo projeto “Livro de Graça na Praça” - em 2013, PORCÓS, FOGOPAGOUS; em 2014, É COR DE LUAR; e, em 2015, com a crônica “A Calopsita Apaixonada”, na edição LER É BRINCAR.  O lançamento desta nova edição está marcado para o próximo dia 13 de setembro, a partir das 9:00 horas, na Praça Duque de Caxias, no bairro de Santa Teresa,
Esses escritos vêm dando continuidade aos meus primeiros rabiscos com o conto "O dedo", publicado na antologia "Novos Contistas Mineiros", de 1996, pela Editora Mercado Aberto, do Rio Grande do Sul.
Aqui, no blog, organizei ainda um repertório musical, que vem servindo de background às minhas escaramuças, viagens, aventuras e formidáveis momentos - aqui apresentados de forma natural e espontânea -, cada qual com sua trilha sonora, além de ratificar a minha paixão pela música A princípio, cheguei a sugerir que os textos aqui postados fossem lidos acionando-se uma das músicas escolhidas para acompanhá-los.  Como sempre, espero contar com os comentários de vocês, que me honraram com mais de 15.000 visitas neste período, inclusive com sugestões que possam melhorar este nosso espaço de descontração e divertimento.
Ah! Espero todos na Praça Duque de Caxias no dia 13/09, a partir das nove horas, para mais uma manhã de autógrafos.
Em Belo Horizonte, agosto de 2015, centésimo vigésimo sexto ano da Proclamação da República Federativa do Brasil e centésimo nonagésimo terceiro da Independência.
FRASES, PENSAMENTOS E AFORISMAS
“O menino é o pai do homem.” Machado de Assis


sexta-feira, 14 de agosto de 2015

                                          Em Copacabana, Helvécio, Lia, Lúcia e Roberto.
                                          Ao fundo o professor de inglês, McDermmot.
O CENTENÁRIO DE UM CIENTISTA (I)
O dia 20 de julho de 2015 marca a data do centenário de meu pai. Nesta data simbólica, não posso deixar de registrar alguns acontecimentos sobre sua curiosa e profícua vida como médico, oficial do exército brasileiro e professor.
Em dezembro de 1939, a vida para um médico recém-formado numa cidade provinciana, como era a Belo Horizonte da época, não apresentava nenhuma perspectiva de futuro, especialmente para um jovem médico com ambições de se lançar ao mundo, pesquisando cientificamente sobre a vida e a saúde das pessoas.  De cara, prestou concurso para o exército e foi aprovado como 1º tenente-médico do glorioso Exército Brasileiro, sendo designado para servir no Hospital Central do Exército-HCE, em Manguinhos, no Rio de Janeiro.  Mudou-se com a família, já formada com a mulher Maria Aparecida, a Lia, e os filhos Lúcia, com dois anos, e Roberto, um ano. Foram anos duríssimos, morando numa pensão da Rua Constante Ramos, em Copacabana, onde Lia, costureira habilidosa, para ajudar nas despesas mensais, pedalava na sua máquina de costura Singer, herdada da mãe, vestidos para toda a vizinhança.
O disciplinado tenente acordava de madrugada, pegava um ônibus até a estação da Central do Brasil e, de lá, um trem suburbano até Manguinhos, na zona norte da cidade. Era o dia inteiro de trabalho, atendendo a um quartel com mais de cinco mil soldados e oficiais, com suas variadas doenças, infecções e alergias, com pouquíssimos recursos clínicos ou farmacêuticos e nem a  penicilina ainda havia sido inventada.
Alí, no Rio de Janeiro, a família passou alguns anos, com uma praiazinha aos domingos para aliviar as tensões da exigente rotina militar do Dr. Helvécio.
FRASES, PENSAMENTOS E AFORISMOS

“A vida é um emaranhado de acontecimentos que, às vezes, dá certo.” Roberto Brandão

domingo, 9 de agosto de 2015

A LINHA DO EQUADOR
Quando descemos do avião, no aeroporto de Quito, capital do Equador, senti-me carregando o dobro do meu peso. Era como se tivesse engordado mais oitenta e cinco quilos.
Para nós que vivemos em Belo Horizonte - a pouco mais de 700 metros acima do nível do mar -, a diferença da pressão atmosférica nos pressiona para baixo, nas cidades andinas, então muito altas. Elas estão a mais de dois mil metros e o curioso é que, naquelas alturas, nos adaptamos muito bem, desde que nos privemos de algumas atividades da nossa rotina. Por exemplo, quando eu morava na Av. Raja Gabaglia, caminhava diariamente durante uma hora ao redor da Praça da Assembleia, uns cinco quilômetros, mais ou menos, sem nenhum cansaço exagerado. Era como se estivesse andando à beira-mar, porém, privando-me das belezas insubstituíveis da paisagem marinha, pois, com boa imaginação, projetava minhas caminhadas com as realizadas em Kingston, na Jamaica; em Puerto Plata, na República Dominicana; e até mesmo, em Cabo Frio ou Búzios. Uma fértil imaginação me remete a qualquer lugar do planeta.
Voltando ao Equador, fomos visitar um monumento que divide o hemisfério sul do hemisfério norte e lá, resolvemos testar a pressão atmosférica. Convidei uma amiga, a Margarita, para um passeio de sul a norte e, sem exagero, passamos pela fronteira da linha do Equador sem qualquer mudança de pressão. Aliás, a única pressão que sentíamos era a distância enorme para encontrar um boteco onde pudéssemos tomar as espetaculares cervejas equatorianas, que acabamos encontrando e, ao sul do Equador, tomamos todas. Muchas gracias por la compañia, Margarita.

FRASES, PENSAMENTOS E AFORISMOS
A única confusão é morrer. Fernando Pessoa

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sábado, 1 de agosto de 2015

Atuá kamba
No final do século XIX, o português Manoel Corrêa da Costa comprou uma gleba de terra no Estado do Mato Grosso, casou-se com uma índia, raptada da tribo dos Apiacás, e reproduziu uma enorme prole de mestiços que se estabeleceram em diversos pontos do Brasil.
O mais velho, a quem registrou com o nome de Manoel Hermeto Corrêa da Costa, se debandou para o Rio de Janeiro, indo  trabalhar numa fábrica de tecidos. Com o tempo, foi chamado para abrir uma filial da fábrica em Lavras, no sul de Minas, onde conheceu Maria Augusta, vinte anos mais nova, menina muito educada e habilidosa na costura e na cozinha. Outra grande prole se formou ali, filhos herdaram o nome próprio do avô: Hermeto. Somente alguns desta nova prole mantiveram o sobrenome da mãe, Pádua Costa, outros mantiveram o do pai, Corrêa da Costa; porém, as gerações seguintes aboliram os sobrenomes compridos e adotaram o Hermeto como nome de família.
Foram onze os irmãos Hermeto que, nesta rápida história de família, resolvi chamá-los de “nucas pretas” em homenagem a minha mãe, que foi quem descobriu essa curiosidade familiar.
Quando os cabelos dos Hermeto vão começando a embranquecer, resta-lhes uma faixa de cabelos mais escuros na nuca. Mamãe havia notado nos cabelos dela, nos da Lúcia, minha irmã, e nos meus.
No domingo passado, quando nos encontramos para um café na casa da Tia Marina, constatamos que a Hyla, a mais velha das primas, ali presente; o meu primo Maurício, o mais velho dos primos homens vivos, e eu também ostentávamos a risca preta na nuca. Então, com cuidado, pesquisei a cabeça da tia Marina e ali descobri uns poucos fiozinhos pretos na nuca apesar das suas 98 primaveras. Marca de família, quem sabe?
Em tempo: “Nucas pretas”, numa versão livre para o tupi-guarani é “atuá kamba”, em homenagem à nossa bisavó india.
Belo Horizonte, julho/2015.
FRASES, PENSAMENTOS E AFORISMOS
“O homem deve ser reinventado a cada dia.” Jean-Paul Sartre