EM FAMÍLIA
Fui convidado a gravar a música “Fotografia”, do Tom Jobim, como participação, no Cd Em Família, que o Zé Carlos e o Célio estão produzindo. Numa visita ao estúdio, no Belvedere, me impressionei com a qualidade musical do disco, exclusivamente instrumental, a não ser pela música que fui honrado para interpretar. É incrível como os dois estão tocando bem e absolutamente ensaiados. Performance de profissionais.
Ofereci-me, logo, para fazer a “caitituagem” que, no popular, é a divulgação e acompanhamento das apresentações, nas emissoras de rádio. Pela qualidade da gravação terei uma missão muito fácil, pois o CD vai ser disputado à unha pelas rádios locais. Está sensacional!
Também, não poderia ser diferente. Lembro-me dos dois, desde meninos, tocando sem parar, num quarto mofado em frente da garagem, lá na casa da Olimpio de Assis. Eu também entrava na confusão musical. Felizmente, nenhum de nós era alérgico, pois o quartinho era úmido, uma das paredes era aterrada com o jardim da casa, pelo lado de fora, portanto embolorada e mofada em todas as estações do ano. Mas, isso não nos incomodava. Fazíamos um som de primeiríssima.
As gravações eram feitas num gravador daqueles de fita de rolo, um verdadeiro paquiderme - emprestado do tio deles, o José Luiz -, mas que possibilitou a eles um aprimoramento musical incrível.
A bossa-nova nascente e o jazz eram os estilos preferidos. Tocávamos tudo.
Literalmente. Os últimos lançamentos, que muitas vezes eu trazia de São Paulo, os standards americanos e os clássicos do jazz: Bill Evans, Stan Getz, Oscar Peterson, Dave Brubeck e por aí afora. Que época boa!
Muito obrigado, Zé e Celinho. Posso afirmar que a gravação desse CD é a realização de um sonho alimentado durante os últimos cinquenta anos.E está valendo a pena.
Os interessados podem procurar-me que farei uma cópia com muito prazer, for free.
Belo Horizonte, março de 2013.
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