domingo, 19 de dezembro de 2010

UM PASSEIO PELAS MONTANHAS ROCHOSAS

Numa manhã gelada, 21º.C abaixo de zero, saímos de Greeley para um passeio pelas maravilhosas Montanhas Rochosas, no Colorado.
Era um dia incrível! O céu totalmente azul, sem uma nuvem sequer. O sol claro e até quentinho e as montanhas exuberantes e nevadas do pico até a metade. Pela State Expressway 25, atingimos o sopé da parede onde nos enfiamos em pequenas estradas que serpenteavam sobre a encosta com precipícios e barrancos altíssimos, os famosos cânions.
Roger sorria observando-me e tentando descobrir se eu estava encantado ou até um pouco amedrontado naquele fim de mundo. Buscávamos encontrar algum animal na área: big horns (chifrudos), veados, alces e até mesmo ursos, pois, a mata é preservada e toda a sua fauna e flora são rigorosamente vigiadas dia e noite. A Polícia não dá trégua. São inúmeros os pontos para fotografar, com enseadas especialmente montadas para os turistas ficarem completamente à vontade.
Chegamos a um sitio construído pela YMCA (Young Man Christian Association), lugar ideal para convenções e rápidas férias. Muito bem estruturado, com alojamentos individuais e coletivos, ideal para uma convenção dos Partners of the Américas, logo imaginei.
Ainda no caminho, paramos para umas comprinhas de souvenirs e também para conhecer pelo menos uma das inúmeras cervejarias, pequenas fábricas de cervejas, na região do Estes Park. Paramos numa que oferecia uma degustação bem curiosa:
Num balcão as diversas “bolachas”das marcas fabricadas e você apenas aponta qual vai querer experimentar. O garçon, então, serve uma generosa dose e você prova quantas quiser. Depois de algumas doses, acertamos com as nossas preferidas e subimos para um rápido almoço, na própria cervejaria, com vista para a área de produção: enormes alambiques, tanques e canos onde corre o precioso líquido. Eu já estava bem afamado como cervejista emérito. A Estes Park Brewery é instalada a uns 2.500 metros de altitude.
Nosso destino era o Rocky Mountain National Park e na subida paramos para o
Roger tirar umas fotos num lugar belíssimo onde, olhando para a paisagem logo abaixo, lembrei-me da música Slides (letra e música de T. Romeo) cantada pelo afinadíssimo Richard Harris num LP que o Caio me deu, que descreve:... the Colorado River trickles through its base like a deeply buried brook... Uma cena inesquecível, cravada na minha memória. É uma pena que eu não seja fotógrafo, pois poderia fazer uma sessão de slides com a trilha sonora do super disco. Sou uma besta!
Também uma pena não termos visto os bichos, a não ser três filhotes de veados que subiam morro acima, seu habitat natural.
Chegamos a uma altura de mais de 4.500 metros de onde se descortina visão privilegiada do belíssimo estado do Colorado, que é muito plano. A não ser pelas Rocky Mountains, que o dividem ao meio, o estado lembra um platô que deveria ser desértico há alguns séculos, no início da colonização americana. Lembra aquelas pradarias onde os cow-boys bandidos fugiam dos mocinhos nas histórias filmadas que tanto vimos na infância.
Já no final da tarde “…a sunset, another sunset, I know it looks indistinguishable from the last, but I remember the difference…”
Um passeio para a vida toda, promovido por um gentleman.
Thanks, Roger Brown.
Roberto Brandão – dez/2009

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