Numa manhã gelada, 21º.C abaixo de zero, saímos de Greeley para um passeio pelas maravilhosas Montanhas Rochosas, no Colorado.
Era um dia incrível! O céu totalmente azul, sem uma nuvem sequer. O sol claro e até quentinho e as montanhas exuberantes e nevadas do pico até a metade. Pela State Expressway 25, atingimos o sopé da parede onde nos enfiamos em pequenas estradas que serpenteavam sobre a encosta com precipícios e barrancos altíssimos, os famosos cânions.
Roger sorria observando-me e tentando descobrir se eu estava encantado ou até um pouco amedrontado naquele fim de mundo. Buscávamos encontrar algum animal na área: big horns (chifrudos), veados, alces e até mesmo ursos, pois, a mata é preservada e toda a sua fauna e flora são rigorosamente vigiadas dia e noite. A Polícia não dá trégua. São inúmeros os pontos para fotografar, com enseadas especialmente montadas para os turistas ficarem completamente à vontade.
Chegamos a um sitio construído pela YMCA (Young Man Christian Association), lugar ideal para convenções e rápidas férias. Muito bem estruturado, com alojamentos individuais e coletivos, ideal para uma convenção dos Partners of the Américas, logo imaginei.
Ainda no caminho, paramos para umas comprinhas de souvenirs e também para conhecer pelo menos uma das inúmeras cervejarias, pequenas fábricas de cervejas, na região do Estes Park. Paramos numa que oferecia uma degustação bem curiosa:
Num balcão as diversas “bolachas”das marcas fabricadas e você apenas aponta qual vai querer experimentar. O garçon, então, serve uma generosa dose e você prova quantas quiser. Depois de algumas doses, acertamos com as nossas preferidas e subimos para um rápido almoço, na própria cervejaria, com vista para a área de produção: enormes alambiques, tanques e canos onde corre o precioso líquido. Eu já estava bem afamado como cervejista emérito. A Estes Park Brewery é instalada a uns 2.500 metros de altitude.
Nosso destino era o Rocky Mountain National Park e na subida paramos para o
Roger tirar umas fotos num lugar belíssimo onde, olhando para a paisagem logo abaixo, lembrei-me da música Slides (letra e música de T. Romeo) cantada pelo afinadíssimo Richard Harris num LP que o Caio me deu, que descreve:... the Colorado River trickles through its base like a deeply buried brook... Uma cena inesquecível, cravada na minha memória. É uma pena que eu não seja fotógrafo, pois poderia fazer uma sessão de slides com a trilha sonora do super disco. Sou uma besta!
Também uma pena não termos visto os bichos, a não ser três filhotes de veados que subiam morro acima, seu habitat natural.
Chegamos a uma altura de mais de 4.500 metros de onde se descortina visão privilegiada do belíssimo estado do Colorado, que é muito plano. A não ser pelas Rocky Mountains, que o dividem ao meio, o estado lembra um platô que deveria ser desértico há alguns séculos, no início da colonização americana. Lembra aquelas pradarias onde os cow-boys bandidos fugiam dos mocinhos nas histórias filmadas que tanto vimos na infância.
Já no final da tarde “…a sunset, another sunset, I know it looks indistinguishable from the last, but I remember the difference…”
Um passeio para a vida toda, promovido por um gentleman.
Thanks, Roger Brown.
Roberto Brandão – dez/2009
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