As viagens ao interior de Minas têm me proporcionado uma série de aventuras nunca vividas em mares mais agitados.
Agora, quando fomos a Juiz de Fora, a Júlia, eu e o Paulão, motorista de fina estirpe da Epamig, para o Congresso do Instituto Cândido Tostes, aconteceu uma ótima.
A inauguração do Congresso correu maravilhosamente, com três centenas de expositores em estandes de alto nível com argentinos, uruguaios, internacional mesmo e diversos nacionais, de todos os país. Uma feira de alto padrão.
O coquetel de abertura, prestigiadíssimo, com mais de mil pessoas, diversas autoridades
locais, estaduais e nacionais, sociedade juizforana com excelente música de fundo do violonista da terrinha: Mário Terror. É isto mesmo, me disse ele – “Não se assuste com o meu nome, verdadeiro, é o sobrenome do meu pai...”
Fiquei bem próximo dele, desfrutando da boa voz e do repertório de extremo bom gosto. Música moderna, bossa nova, sambas de raiz, enfim, um craque.
Tudo regado a uma boa cerveja, gelada no ponto e salgados variados de caprichoso preparo. Boa festa.
Na saída, Júlia e eu buscamos o Paulão e pedimos que nos levasse para o hotel, distante uns 25 km do Expominas.
Quando estávamos no carro, começou a cair uma chuva fina, uma garoa de inverno que molha muito e deixa os pisos escorregadios.
E não deu outra, já na estrada de volta, na BR-040, topamos com um congestionamento ocasionado por uma carreta que estava atravessada na estrada, não permitindo passar nem um patinete em cada limite da rodovia. Eram 11 e meia da noite.
Paulão parou no acostamento e foi verificar o acontecido. Voltou com a péssima notícia de que teríamos que dormir na estrada pois, para retirar a carreta, seriam necessários tratores, gruas, etc. e, à noite, esse pessoal, bombeiros e PRF, leva muito tempo para atender.
Não conformados, autorizamos o excelente motorista a voltar de marcha ré até um trevo ou estrada vicinal que nos tirasse da confusão.
E assim fomos, debaixo de chuva, de marcha-à-ré, enxergando quase nada, comigo limpando o vidro de trás, a Júlia com a cabeça de fora da janela, debaixo d`água e o Paulão choferando feito caranguejo, de trás-pra-frente.
A cada carro que vinha do nosso lado da pista, parávamos bem colados na faixa limite do acostamento, rezávamos uma Ave Maria e pedíamos para não cair no que imaginávamos ser um barranco pois, no escuro, não dava pra ver nada.
A Júlia, com a cabeça ensopada, com medo de pegar uma pneumonia e ficar sem poder brincar com a Ana Laura um bom tempo, e eu, com receio de interromper a cerveja vespertina com uma gripe inesperada. Já o Paulão, com muito medo de ser pego pelos guardas rodoviários, até aquela hora desaparecidos na noite.
Foi numa aventura de mais de 10 km nestas dramáticas condições que conseguimos nos ver livres da encrenca, chegando ao bendito trevo de Juiz de Fora, de onde partimos atordoados de volta para o hotel Serrano.
Uma aventura e tanto!
Ah, no caminho de volta, ainda na nossa marcha ré, cruzamos com a camionete da Epamig carregada de felizes funcionários que ficariam ancorados na estrada até 3 da madrugada, conforme nos relataram no café da manhã.
Roberto H. Brandão – 21/07/2010.
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